O pastor Tiago Cavaco faz um comentário da doutrina protestante da justificação, e da salvação em geral, poderíamos dizer, ao aplica-la ao campo da música, aludindo a uma dádiva de uma humanidade melhorada, como se somente o Protestantismo pudesse dar algo que o homem não tem, algo a mais, a saber, a expiação dos pecados em Cristo, a nova relação com Deus, e por que não lembrar, aquela posição melhorada que a justificação Protestante ensina, a mudança de posição sem mudança no pecador. Aqui é que o paradoxo Protestante começa.
É justamente aqui que o
catolicismo faz mal ao pecado.
Ao não apresentar algo
positivo da natureza humana a dar ao homem pecador, mas acreditando no
negativo, e lançando ênfase enorme sobre a maldade humana, como faz o
reformado, essa nova relação com Cristo, por onde o Protestantismo acredita que
fará as pessoas melhores, isso mesmo, mas com uma linguagem e intenção diversa,
por uma ótica diferente, ao fazer “pessoas novas” através de Cristo, o melhor
modelo, o Protestantismo engendra uma realidade contraditória.
É verdade que a
santidade tem caído onde o Protestantismo tem maior influência (Lutero já havia
notado), em todos os níveis, passando por todos os estágios do conhecimento de
um membro de uma igreja protestante, ou seja, não há diferença enorme quanto a
isso, quando comparado ao que é comum no Catolicismo.
A busca por boas obras,
o que é bastante atacado desde sempre nos arraiais reformados, é por onde
começa a frutificação da santidade, notável entre católicos, e bastante menos
detectável entre os protestantes, historicamente falando, onde a luz do mundo, o
“vós sois a luz do mundo” brilha no
Catolicismo conforme o padrão do evangelho.
É nesse momento em que,
para o protestante, aquilo que parece ser “mau”, ou seja, a vida de santidade, obediência,
boas obras, é justamente aquilo que faz revolução, aquilo me “mete medo”,
aquilo que a natureza humana teme, e a todo custo procura afastar, pois busca
prestígio, leveza, comodidade, elogios, honra e glória diante dos homens,
prosperidade e altivez, nunca sobriedade e humildade, liberação das paixões,
pelos moldes aceitáveis, é claro, mas nunca castidade e continência.
Aquilo que mais fere a
maldade humana está com força total no Catolicismo, ao passo que o que mais
acaricia o ego corrompido está aqui e ali no Protestantismo, ainda que o autor
tenha afirmado o contrário quando escreveu “enxota
primeiro para abraçar depois”, o que mais parece um longo e apertado abraço
seguido do carregamento no colo, ainda que com o estilo luterano queira-se
atirar para longe. É um paradoxo protestante, mas dizer o mínimo. Se não, é
pura contradição.
Os exemplos do
evangelho nunca estiveram tão explícitos na vida católica, que mostra a força
na fraqueza. A cruz é a força de Deus, o evangelho que salva. É uma prodigiosa doutrina
católica.
A promessa de santidade
por um meio bastante diverso, tem se mostrado, em comparação com o cristianismo
católico, apostólico romano uma força bem menor.
Gledson Meireles.
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