quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A regra de fé

Na doutrina católica temos três pontos que formam a regra de fé, que são a Bíblia, a Tradição e o Magistério. Deus usa as três para garantir a verdade na Igreja, e portanto as três devem ser iguais e infalíveis

Você já pensou sobre isso?

Sabe como isso funciona?

Vamos conhecer nossa fé.

Gledson Meireles.


quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Os Cinco Solas entendidos segundo a doutrina católica

Os cinco Solas da Reforma podem ser compreendidos de acordo com a doutrina católica.

O Sola Scriptura é a doutrina ou princípio que afirma que a Escritura é a regra suprema de fé, conforme o nosso conhecimento, tudo o que a Tradição Apostólica e o Magistério da Igreja afirmarem deve estar de acordo com a Revelação da Bíblia. Nada pode contradizê-la. A Bíblia é a forma única por meio da qual a Palavra de Deus chega a nós, é um escrito inspirado único.

O Sola Gratia ensina que a salvação é gratuita, pois estando nós mortos em pecados Deus nos oferece gratuitamente o Reino dos Céus, nos dando a graça de responder, a graça para obedecer e a graça para perseverar. O que devemos fazer é responder positivamente e nos entregar aos impulsos bons da graça e obedecer. O jugo de Cristo é suave.

O Sola Fide ensina que a fé é a raiz de toda justificação e salvação, e não há obra que tenha valor diante de Deus antes da justificação, nem que possa merecer a justificação. No entanto, assim justificado o salvo deve completar a justificação pela prática das boas obras e crescer em justiça e santidade.

O Solus Christus ensina que somente Cristo é o Salvador, e não temos outro nome pelo qual somos salvos (cf. At 4, 12). No entanto, o culto dos santos, o pertencimento à Igreja, os sacramentos, tudo isso nos mantem em Cristo, nos aponta para Cristo nos leva constantemente a Cristo.

O Soli Deo Gloria ensina que tudo deve ser feito para a glória de Deus. Mesmo o culto aos santos, à virgem Maria, etc. engrandece a Deus por reconhecer a graça de Deus na vida desses servos Seus, dando glória maior ao Senhor.

De maneira simples, expressos nesse sentido os solas estão em conformidade com a doutrina católica.

Gledson Meireles.

domingo, 25 de outubro de 2020

Mais sobre os pilares da Reforma

Com o slogan Sola Scriptura o protestante afirma que não tem compromisso com nenhuma outra fonte para certificar-se da doutrina ensinada por Deus, mas somente a Bíblia. No entanto, afirma que a igreja e a tradição devem ser ouvidas e consideradas quando falarem de acordo com a Palavra. Como isso pode ser praticado?

Com o Sola Fide o protestante afirma que somente a fé salva, mas que o amor que leva às obras deve acompanhar essa fé salvífica, de modo que não há verdadeira fé que não tenha consigo as boas obras

Com o Sola Gratia afirma que a salvação é gratuita, incondicional, mas que o homem deve responder, que não é um robô, e que deve, a partir da regeneração exercer fé e esforçar-se para viver as obras que lhe foram dadas para serem praticadas. Ou que deve ter fé para ser justificado e regenerado para viver a santificação que Deus quer.

Com o Solus Christus nega-se a Igreja como necessária para a salvação, e tudo o mais, e apega-se somente ao nome de Jesus Cristo como salvador. No entanto, afirma-se que é na igreja que nos nutrimos da Palavra, que recebemos os sacramentos que conserva os verdadeiros crentes na aliança com Deus.

Com o Soli Deo Gloria tudo o que é feito é tornado para a glória de Deus, que não a divide com mais ninguém.

Com isso, temos que o Sola Scriptura na prática inclui a autoridade da tradição e da igreja, e no Protestantismo podem-se dogmatizar as afirmações doutrinas de concílios, credos, confissões, reformadores, teólogos.

Com o Sola Fide inclui-se também as obras necessárias para acompanhar o salvo, como mostra bem o movimento dos puritanos, por exemplo.

Com o Sola Gratia não se dispensa a participação ativa do salvo para receber a salvação e também demonstrar sua eleição.

Com o Solus Christus não se desfaz da Igreja como necessária para vida do verdadeiro cristão.

Com o Soli Deo Gloria não se nega que todas as coisas que acompanham o salvo merecem a glória, e então assim são louvados tudo o que o fiel considera digno de louvor.

Na prática o Protestantismo ensina o que a doutrina católica ensina, por outros meios e afirmações, mas sempre voltando a ela.

Gledson Meireles.

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Comentando os pilares da Reforma

Como estamos nos aproximando do dia de todos os santos, e, assim, do dia em que os protestantes comemoram o dia da Reforma Protestante, que é véspera de todos os santos, pensemos um pouco nos pilares da reforma. Uma pregação do pastor Hernandes, presbiteriano, servirá para algumas reflexões.

Quem ler esta página convide os protestantes reformados a ler os artigos que tratam da doutrina reformada.

Tratando dos pilares da Reforma, e dos cinco pontos do calvinismo, quem ler terá maiores meios para comparar essas doutrinas com a Bíblia, e com o que a Igreja Católica ensina.

O que os protestantes querem dizer quando falam dos cinco solas? Vejamos o que o pastor ensinou sobre isso, na pregação de ontem.

Algumas afirmações: o cristianismo estava puro até o tempo de Constantino. Então, pessoas de várias religiões convertiam-se ao Cristianismo não como verdadeiros convertidos, mas para receber as benesses do Estado.

O papado começa historicamente com o papa do ano 607, no tempo do imperador Focas. O pastor sugere ler O papa e o concílio, de Rui Barbosa.

Afirma que a Igreja começa a se desviar do caminho, do evangelho, da pureza e começam o que chama de “heresias”: culto aos mortos, imagens de escultura, purgatório, confessionário, missa, transubstanciação, culto a Maria, culto aos santos, etc., etc.

Resumo dos pilares, as bandeiras da Reforma:

Sola Scriptura – autoridade da Bíblia, não da tradição, etc.

Sola Fide – causa instrumental para receber a salvação.

Sola Gratia – dom imerecido de Deus. Ao invés do juízo a misericórdia de Deus.

Solus Christus – somente Jesus Cristo, não a Igreja, não Maria, não o papa.

Soli Deo Gloria – a Deus toda a glória, não dividia com ninguém.

Então, os solas estão pregando contra doutrinas católicas. Os solas em si são católicos, e há meio de entendê-los de forma católica, mas o que eles têm de consequência no Protestantismo é que doutrinas católica são negadas:

Com o Sola Scriptura nega-se a autoridade infalível da tradição e da Igreja.

Com o Sola Fide nega-se o valor das obras na salvação.

Com o Sola Gratia nega-se radicalmente que o homem faça qualquer coisa para ser salvo.

Com o Solus Christus nega-se o culto aos santos, e a necessidade da Igreja como Corpo Místico de Cristo.

Com o Soli Deo Gloria nega-se a glória a qualquer criatura, imaginando Maria, os santos, a Igreja, etc.

É um resumo imperfeito, mas pode-se afirmar que essa é a tônica da pregação protestante. Assista o vídeo. Podemos dialogar a crescer na fé.

No próximo artigo vamos refletir um pouco mais esses aspectos da Reforma Protestante, como eles funcionam na prática. Depois veremos como podem ser entendidos de forma católica.

Com isso será mostrado que não houve codificação de inovações cultuais e doutrinais acumuladas na Idade Média, como afirmou Michael Horton, mas a definição de verdades já estabelecidas, reveladas na Bíblia, desde os tempos dos apóstolos.

Isso mostra que as verdades definidas no Concílio de Trento não eram novas, com o reconhecimento daqueles que discordavam delas.

Mostra que eram doutrinas ensinadas e liturgia praticada na Idade Média, que por sua vez remontavam à antiguidade, nos tempos dos primeiros padres da Igreja, e por fim aos apóstolos e à Bíblia.

Gledson Meireles.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

A virgem Maria na Bíblia pela perspectiva da doutrina reformada

O presente artigo é um comentário de uma porção do livro O papado e o dogma de Maria à luz da Bíblia e da história, do reverendo Hernandes Dias Lopes, 1º edição, editora Hagnos, 2005, sobre o que a Bíblia diz sobre a virgem Maria. O autor tenta mostrar os limites dos dados bíblicos sobre a mãe de Jesus.

Esse é um livro de controvérsia teológica que envolve protestantismo e catolicismo. Está no âmbito direto da apologética. Segue um comentário a respeito de afirmações respectivas sobre o tema. Revela o que o autor entende da doutrina católica.

A escolha da virgem Maria para ser mãe de Jesus é graça de Deus e não mérito dela. Não há mérito no ser humano, mas é a graça de Deus que elege, e é ela que dá o mérito.

O pastor afirma que na cena da anunciação a ênfase está na criança e não em Maria. Realmente o propósito do plano de salvação é revelar o filho de Deus, o salvador, e não alguém mais. No entanto, todos os que estiverem em relação a Cristo serão engrandecidos pela graça. E ninguém mais do que Maria esteve tão junto ao seu divino Filho.

Interessante que sabemos que Isabel era prima de Maria. Diferentemente, o autor afirma que era tia. Curiosidades.

Maria era serva de Deus, não de Gabriel, de José ou de qualquer outra pessoa, escreve o pastor.

Isso mostra a radical crítica protestante de que todos não devemos ser servos dos santos, mas unicamente de Deus. E está correto. O que não compreendem é que sendo servo de Maria, por exemplo, a teologia católica enfatiza o ser igual a Cristo, aprender o caminho de Cristo, que nasceu de Maria, esteve submisso a ela, enquanto Ele esteve na terra, e nós, filhos de Deus, pequeninos diante dEle, querendo servir a Jesus, nos tornamos cristãos, por pura graça, e em cristo nos tornamos servos de Maria, no sentido de estar humildes da presença de Deus, de entregar-nos totalmente a Ele. Dar-se a Maria não é outra coisa que seguir seus exemplos e nos tornarmos totalmente servos de Deus.

Somente Maria recebeu a mensagem do anjo. Não havia ninguém mais quando o anjo Gabriel apareceu. O evangelista são Lucas recebeu essa informação de Maria, certamente, e como inspirado por Deus escreveu essa verdade na Bíblia.

E quanto ao valor de Maria esse é medido pelo filho que ela teve. Olhe para Cristo e verá a honra da mãe dele. A mãe do rei era honrada com a honra da realeza em Israel. Pense agora na mãe do Messias, do Cristo, do Filho de Deus, do Rei dos reis e do Senhor dos senhores. Honramos o Filho e por isso honramos a mãe. Adoramos o Filho, porque é Deus, e veneramos a mãe, por ser serva eleita de Deus para o plano da salvação da humanidade.

Maria é bem-aventurada entre as mulheres, não acima das mulheres, diz o protestante. Leia de novo o evangelho e verá que ela é a bem-aventurada entre as mulheres, o que é singularidade. Olhe para Cristo e entenderá.

O protestante não vê que Isabel destaca Maria. É óbvio que o fundamento é Jesus. Maria é especial por causa de Jesus. Ela é honrada porque é mãe do Senhor. Veja que Isabel considera uma honra, um privilégio, uma grandeza, ser visitada pela mãe do Senhor dela. E o Senhor de Isabel, uma fiel e piedosa judia filha de Israel, é Deus. A mãe do Senhor de Isabel, a mãe do Deus de Isabel, diz a Escritura. É a consequência da doutrina bíblica da encarnação. Deus fez-Se Homem. O pastor não vê o que vem antes de Lucas 1, 43.

Por que João Batista estremeceu no ventre de Isabel? Veja o que responde o pastor: “João Batista se estremece no ventre de Isabel não por causa de Maria, mas por causa de Jesus, que está no ventre de Maria.”

Todos conhecem a cena, e sabemos que tudo é por causa de Cristo, nossa alegria. Nosso Salvador. No entanto, o pastor passa para a conclusão, e toda a mensagem é verdadeira, felizmente, mas deixa dados da Escritura sem reflexão, o que não é correto.

Por um afã em negar o papel especial da pessoa de Maria o autor coloca a ênfase no Filho. Embora a ênfase em Cristo esteja corretíssima, desdenhar a presença da virgem Maria na cena do evangelho não é total compreensão e aceitação da Palavra.

De fato, a Bíblia afirma que João Batista saltou no interior do ventre de Isabel assim que a voz de Maria saudando-a foi ouvida. Assim que as palavras de Maria chegaram aos ouvidos de Isabel a criança saltou no ventre, diz a Escritura.

E não somente isso. Logo que a saudação de Maria foi ouvida, e o bebê estremeceu-se de alegria, Isabel recebeu o Espírito Santo de Deus. Isso significa muito, mas o protestante passa por essas linhas e nunca reflete sobre elas. Elas são importantes também. Leia Lucas 1, 41.

Por isso, a Igreja comemora o nascimento de João Batista, que nasceu com a santificação do Espírito Santo. Por isso a Igreja considera Maria a dispensadora das graças, porque Cristo veio ao mundo por ela, e o Espírito Santo veio ao precursor do Messias usando as palavras dela. São apenas dois exemplos de introdução de assuntos sobre Maria.

Maria é mãe de Jesus a partir da encarnação. Essa é a verdade cristã católica. Nada a acrescentar.

É um erro afirmar que Maria é mãe da natureza humana de Cristo. Ela é mãe de Cristo por meio da natureza humana. Por isso, ela é mãe do Cristo enquanto homem. Essa é a correta doutrina.

Em outras palavras, não se pode afirmar que foi a natureza humana de Cristo que nos salvou. Porque a natureza é apenas algo inanimado, uma matéria, um princípio, poderíamos dizer. Mas, foi Cristo feito homem que nos salvou. Foi Deus que morreu por nós como Homem na cruz. Por isso, Maria não é mãe da natureza de Cristo, nem é mãe do Cristo homem, como se tivesse outro Cristo Deus, mas é mãe do mesmo Cristo que é Deus-Homem, é mãe porque gerou humanamente a pessoa divina.

Por isso, afirmar que o catolicismo não “percebe” a incongruência lógica e teológica de afirmar que Maria é mãe de Deus, como se ensinasse que a mãe não pode existir depois do Filho, isso é desconhecer a doutrina cristã católica. É algo comum entre apologistas e teólogos protestantes. Por isso, é bom ler a fonte católica para aprender essas verdades.

Maria é mãe de Deus apenas no sentido de que Cristo é Deus, e nunca no sentido de Deus em sua existência e natureza divina e eterna. Basta ler as definições conciliares, o catecismo, etc., para compreender isso. Portanto, a crítica é inócua à doutrina católica.

Para salvaguardar a eternidade de Deus o autor critica o dogma contido no termo theotokos, mas não percebe que negando a maternidade divina de Maria poderá estar negando a divindade do Filho. Pensando em salvaguardar a divindade, na Pessoa do Pai, indica uma doutrina que fere a divindade, ao falar na pessoa do Filho.

Ao lembrar que Maria perdeu Jesus na casa do Pai, no templo de Jerusalém, supondo algo limitado e falho nos cuidados maternais, para ilustrar a humanidade comum de Maria, o autor não percebe que o evangelho não fornece nenhuma palavra negativa a Maria e José no incidente citado, mas usa o momento para ensinar mais sobre a missão de Jesus.

Ainda, Jesus tinha 12 anos, sabendo que na cultura judaica 13 anos era a idade que já aproximava o menino judeu da fase adulta, o que faz compreensível Jesus estar andando longe dos pais na caravana, conversando com outras pessoas durante a viagem, o que foi ocasião para que seus pais não percebessem sua falta antes.

Na festa de casamento em Caná da Galileia, onde Jesus realizou Seu primeiro milagre, o pastor enfatiza que Jesus segue a agenda do céu, e não está sujeito a laços familiares. Ele disse: “Mulher, que tenho eu contigo?”. No entanto, tendo alguma verdade nisso, o autor não mostra o que todo o relato bíblico nos ensina.

De fato, essa ocasião foi a primeira vez que Jesus fez um milagre na Sua vida pública, inaugurando Sua missão, com o primeiro sinal. E esse milagre foi feito a pedido da Sua mãe. Foi Maria que fez a ocasião para o milagre.

Assim, temos mais um dado: a encarnação foi feita através de Maria; o Espírito Santo santificou a primeira pessoa no Novo Testamento usando as palavras de Maria e o primeiro milagre de Jesus registrado nas Escrituras foi feito a pedido de Maria.

Por isso a Igreja a chama de dispensadora de todas as graças. E sabemos que as graças nos vem de Jesus Cristo. O leitor deve estar aprendendo a ler a Bíblia com essas verdades.

Outra questão é a passagem de João 2,5, que literalmente diz que Maria voltou-se aos que serviam na festa e disse para que fizessem tudo o que Jesus mandasse. Essas palavras são lidas espiritualmente, pelo reverendo, como uma ordem de Maria para nós, para que obedeçamos a Jesus. Essa é a leitura católica também.

Impressionantemente um protestante reformado que muitas vezes nega-se a ler a Bíblia diferentemente do contexto histórico-gramatical-literal consegue entender que as palavras de Maria são para nós um estímulo para obedecermos a Jesus Cristo. E não poderia ser diferente. Mas essa constatação servirá para entendermos melhor o que será apresento mais adiante.

Sobre Marcos 3, 20-21 não se pode pensar que Maria acreditasse que Jesus estivesse louco. Nada no evangelho supõe isso. Por essa razão, a passagem afirma que “os seus”, tratando dos familiares, pensavam dessa forma, mas não Maria.

A maior bem-aventurança é obedecer a Deus, seguir as palavras de Jesus. Assim, Maria é honrada tanto como mãe de Cristo como sua primeira discípula, pois creu em Cristo desde o dia da anunciação do anjo Gabriel. Foi a primeira cristã.

A entrega de Maria a João por Jesus morrendo na cruz é explicada de forma impressionante pelo reverendo. Ele reconhece que Jesus dá exemplo de amor e cuidado para com os pais, que José havia morrido e que João era sobrinho de Maria. Grandes constatações.

O erro é somente pensar que os irmãos de Jesus eram descrentes e por isso não podiam cuidar de Maria. Sabemos que por algum tempo a maioria dos irmãos de Jesus não criam nEle. Mas, de fato, eles eram parentes e não filhos de Maria. Eis o verdadeiro motivo para que Jesus desse Sua mãe ao apóstolo João: ela não tinha ninguém mais para cuidar dela, e João era o discípulo amado que permaneceu aos pés da cruz. Assim, os desígnios de Deus mandou que fosse João apóstolo o cuidador da mãe do Senhor.

E o pastor, mais uma vez, não entende toda a passagem. Isso é compreensível, pois seus dogmas protestantes não o permitem. Mas, não é impossível que essa compreensão seja alcançada.

Jesus entrega Maria a João como mãe, e João torna-se filho dela, o responsável por cuidar dela. Essa cena nos ensina algo importante, espiritual, e agora esperamos que o pastor saiba ler espiritualmente também.

A virgem Maria é entregue como mãe ao único apóstolo que ficou aos pés da cruz. Assim, ele representava a Igreja, os que creem em Jesus. Por isso, todos os cristãos tiveram Maria como mãe. Foi Jesus na cruz Quem no-la deu como mãe.

Também é importante reconhecer que Tiago e Judas foram os escritores inspirados das epístolas de Tiago e Judas, e que eram parentes de Jesus, e não irmãos de sangue filhos da mesma mãe. Eram mais precisamente primos do Senhor.  Leia o artigo sobre a mãe dos irmãos de Jesus e compreenderá, pois ali não são feitas apenas afirmações, mas há provas do que é apresentado.

Enfim, Maria no cenáculo aguardando o derramamento do Espírito Santo fala-nos mais do que o pastor pôde notar. Maria era cheia do Espírito Santo e da força do Altíssimo desde que foi agraciada com a maternidade divina. Ela passou a vida cheia da presença do Espírito. Agora, estava humildemente com os apóstolos à espera da chegada do Espírito sobre toda a Igreja. Por isso, a virgem Maria, mãe da Igreja, é também figura da Igreja, pois foi agraciada, cheia de graça, e cheia do Espírito Santo antes da inauguração da Igreja, como também no dia de Pentecostes, quando toda a Igreja recebe a força para a missão de pregar o evangelho por toda a terra.

Esse lugar humilde de Maria na Igreja nos ensina. Sendo servos de Deus, filhos de Maria, aprendamos com ela como servir a Jesus, como ser cristão, como servir a Deus. Essa é a verdadeira devoção mariana. Que o leitor compreenda.

Gledson Meireles.