domingo, 9 de fevereiro de 2020

A Exortação Apostólica e o celibato

No dia 12 de fevereiro será publicada a Exortação Apostólica referente ao Sínodo da Amazônia, e um dos pontos tratados mais esperados tem a ver com o celibato. De fato, muito esperam a orientação papal para a ordenação de homens casados para a atuar na região amazônica, podendo ser também uma prática a ser estendida por toda a Igreja.
 
O celibato é bíblico. Todos os que creem na Bíblia o sabem ou deveriam saber. Mas também todos sabemos que esse é um assunto controverso. O Protestantismo, por exemplo, é muitíssimo contrário a ele. De fato, os protestantes o colocam como um dos motivos por que não são cristãos católicos, ou posto de outra maneira, apresentam o celibato como algo diabólico, como erro, heresia, desvio, e coisas nesse sentido.
 
Ao avaliar a doutrina, apresentam-se contrários ao celibato "obrigatório", mas ao tecerem seus arrazoados, vemos que na verdade estão falando contra o celibato em si. Parece que não notam o fato.
 
Talvez há católicos que estejam influenciados por tais pensamentos. No entanto, o problema é que muitos nunca pararam para pensar como a Igreja o pensa. Não conhecem os motivos que a Igreja tem para continuar a exigir o celibato.
 
É sabido que não se trata de dogma, ou algo intrínseco ao sacerdócio, mas uma tradição muito bem fundamentada, com motivos bíblicos, e com razões que mesmo nos dias atuais, talvez mais do que nunca, continuam válidas, e as mais indicadas. Sabe-se também que há entre os padres aqueles que pensam não ser problema uma alteração prática nesse sentido, ainda que sejam padres celibatários e não tenham problemas com a doutrina. Lembrando novamente que não se trata de algo imutável.
 
Não se sabe o que o papa decidirá. Será ambíguo o documento? Conterá uma resposta positiva, ou algo positivo ao pedido do sínodo referente ao celibato? Será contrário e decepcionará a muitos?
 
A prudência parece apontar que o papa não abrirá mão da prática milenar da Igreja, mesmo diante das razões apresentadas no sínodo.
 
Gledson Meireles.

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