sábado, 16 de março de 2019

Sobre a aparição de Moisés

As colocações feitas no artigo que tenta explicar a aparição de Moisés são bastante interessantes, e servirão aqui para mais uma avaliação, pois já foi feita refutação neste blog, quando foi tratado o tema da aparição de Moisés na perspectiva de provar a imortalidade da alma.

Agora, aparece um desafio: todos na cena do monte da transfiguração estão em corpo, menos Moisés, o que seria estranho.

No entanto, essa questão não surge do texto bíblico, mas do que estamos averiguando, ou seja, a imortalidade ou a mortalidade da alma. As premissas são criadas a partir desse debate.

Alguém deve saber que anjos são espíritos, não possuindo corpo material algum. Mas, quando vieram à terra, estavam materializados, podendo conversar, comer e beber com outras pessoas, e passar por homens, ou seja, aqueles que os viam achavam que fossem seres humanos.

Também o profeta Elias subiu aos céus há milênios. Ele não morreu, e quando foi arrebatado seu corpo material passou por uma transformação que o capacitou a viver no mundo espiritual, por tanto tempo, até os dias de hoje. Doutro modo, deveria alimentar-se, e estaria sujeito a tudo o que nós estamos aqui na terra. Ninguém seria ingênuo de pensar isso.

No entanto, quando apareceu a Jesus, certamente aquele corpo em glória mostrou-se segundo a aparência dos vivos, tornando-se visível na terra. O corpo que vive com os espíritos celestiais, aquele corpo humano glorificado que está na presença de Deus e na companhia dos santos, agora é visto na terra.

Pois bem, Elias aparece com Moisés. Mas, o que desafiaria o “bom senso” e, depois, a Bíblia, seria que a cena se tornaria estranha se somente Moisés não tivesse corpo, já que todos ali tinham: Jesus, Pedro, Tiago, João e Elias. Um só sem o corpo seria demais!

Mas, eis que algo agora vem à tona para derrubar esse desafio. Devemos lembrar que Jesus, Pedro, Tiago e João estavam vivos ainda, aqui na terra. Os que vieram do céu foram Moisés e Elias, o que já os coloca em posição diversa em relação aos que estavam vivos.

A outra curiosidade é o fato de Elias estar no céu com corpo e alma no mundo espiritual. Se Moisés naquela cena tão breve é motivo de estranheza, o que o objetor pensa da realidade de Elias como um dos únicos corpos glorificados no céu vivendo com anjos que são espíritos puros? Seria estranho alguém viver com corpo ao lado dos demais que não possuem corpos? (isso para fins de análise do argumento) E a glorificação, não explicaria essa possiblidade, de viver como os espíritos?

Por essa razão, o desafio não é grande, e de fato não oferece qualquer dificuldade para a questão. Da mesma forma que anjos materializam-se, mesmo não possuindo essencialmente um corpo, e Elias apareceu como estava antes de subir ao céu, não transformando o seu corpo glorioso de volta ao que era antes da glorificação, assim Moisés veio em seu espírito e tornou-se visível como se estivesse em corpo material. A aparição cumpriu seu papel ali, e não mudou em nada a constituição dos seres de Moisés e de Elias.

“Mas é preciso ressaltar: a crença na ressurreição de Moisés não depende de acreditar que ele foi o primeiro a ressuscitar para nunca mais morrer." Mas isso também oferece alguns problemas, que deveriam ser esclarecidos. Leia no link indicado abaixo.

A conversa que Jesus teve com Moisés e Elias, apenas pelo fato de Moisés estar morto, não poderia ser semelhante a uma “sessão espírita”. Isso porque Jesus não os invocou, e ali não foi feita consulta alguma, nem qualquer processo para aliviar espíritos desencarnados, e nem qualquer outra coisa que pudesse inferir isso. O que ocorreu foi que os dois grandes representantes da Lei e dos Profetas, Elias e Moisés, vieram ao encontro de Jesus que é o grande cumpridor da Lei e dos Profetas, na fundação do Novo Testamento.

A interpretação de que se trata dos símbolos dos que serão arrebatados e dos que serão ressuscitados é belíssima, mas não pode ser defendida nessa cena por um simples fato: não há prova alguma da ressurreição de Moisés, e pelas Escrituras aprendemos o contrário, ou seja, que Moisés ainda não ressuscitou. As outras dificuldades são tratadas em outro lugar, bastando clicar aqui para ler.

Por isso, o contexto e o assunto são referentes à morte de Jesus, o que mostra ser a instituição do Novo Testamento o tema principal.

Gledson Meireles.

2 comentários:

  1. Olá Gledson Meireles

    Boa tarde

    Em Judas 1:9 diz que Miguel contendeu sobre o corpo de Moisés com o diabo e aí se tem a ideia que o corpo se encontrava com uma forma definida tal como conhecemos e então é plausível se pensar que Moisés tinha morrido a pouco tempo e ressuscitou algumas horas ou mesmo alguns poucos dias depois de ter morrido e ficou andando pela Terra até o dia da Transfiguração. Porém tal ideia parece pouco provável pois o que faria Moisés andando pela Terra até o dia da transfiguração? Se Deus levou ele para o Céu então ele tinha o corpo glorificado. Agora se Moisés morreu e ficou morto até o dia da transfiguração então o corpo dele se decompôs e já não era um corpo com uma forma mas sim eram restos mortais.

    Uma outra observação é que em I Corintios 15:52 fala da ressurreição do corpo em glória e em Lucas 9:31 se diz que tanto Moisés quanto Elias estavam com glória e isso sugere que para que haja a ressurreição do corpo dos salvos em glória se faz necessário um alma igualmente glorificada e por isso que apareceu a alma de Moisés em glória e o corpo de Elias em glória para indicar que só existe ressurreição do corpo em glória pois existe alma glorificada ou seja somente o fôlego de vida mortalista sem glória não seria capaz de ressuscitar um corpo em glória mas somente uma alma glorificada,e tem mais uma observação importante é que existem santos que já morreram há muito tempo e os corpos já viram a corrupção e se deterioraram por isso para que tais corpos assumam uma forma glorificada se faz necessário uma alma além de glorificada com uma forma corporal bem definida para juntar os restos mortais e dar forma ao corpo que vai ressuscitar em glória.

    Outro argumento mortalista é que a alma é incorpórea mas se entendermos que na transfiguração aparece a alma de Moisés podemos concluir que a alma tem uma forma humana tal como conhecemos e podemos ver também na parábola especial do rico e Lázaro , tanto rico quanto Lázaro com formas humanas. Em Zacarias 12:1 diz que Deus formou dentro do homem o espírito relato semelhante quando Deus foram o corpo do homem da terra então é lógico e coerente crer que a alma tem forma.

    Um abraço

    Luiz

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  2. Olá Gledson

    E tem uma observação interessante de acordo com o artigo mortalista Elias representaria os crentes que serão arrebatados e Moisés os crentes que ressuscitarão porém na 1ª ressurreição primeiro sobem os que ressuscitarão depois na sequência os vivos serão arrebatados mostrando assim uma sequência o que não ocorre na Transfiguração pois na mesma ambos aparecem simultaneamente favorecendo a ideia que foi uma visão.

    Um abraço

    Luiz

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