domingo, 2 de dezembro de 2018

Imortalidade da alma: Atenágoras, Mathetes, Tertuliano

Atenágoras
Viveu no século II. O livro afirma ter sido o primeiro a ensinar a imortalidade da alma. Mas, como já visto nos outros capítulos de refutação, todos os padres ensinavam essa doutrina.
 
Por ter doutrina tão clara, em termos pungentes, de forma a não ser possível fácil ambiguidade, nem leitura condicionalista em suas afirmações.
Sua linguagem é mais clara, e, pelo que reconhece o livro, tentou unir a doutrina da imortalidade da alma e a ressurreição dos mortos, pois essa é a verdadeira doutrina. A terminologia fica em segundo plano. Mas, afirma o livro, isso é chamar os condicionalistas de ingênuos, e qualquer estudioso crítico dirá que Atenágoras introduziu a doutrina da imortalidade da alma! Ou seja, se ele ensina insofismavelmente a imortalidade da alma, é sinal de que ele foi o introdutor da doutrina, num cenário em que os outros padres seriam condicionalistas. No entanto, está provado que os outros padres eram imortalistas, e assim a tentativa de destacar Atenágoras do grupo, e colocá-lo em uma minoria, não prosperou. Enfim, sabe-se que Atenágoras e todos os outros já analisados ensinavam o mesmo.
O que foi expresso acima considerou a crítica que o livro “Os Pais da Igreja contra a imortalidade da alma” traz.
A harmônica doutrina da imortalidade da alma e da ressurreição é expressa por Atenágoras. Ele ensinou que o cristão sabe que Deus sonda os corações, e não pode viver com pensamentos pecaminosos, e que o homem terá outra vida, “livre de toda mudança ou sofrimento na alma, não como carne, embora nós teremos carne, mas como espírito celestial” (cap. 31). Já que o livro reconhece esse padre da Igreja como imortalista, está provado mais um padre ensinando a doutrina da imortalidade da alma.

  
Mathetes

Ele afirma a fé no corpo e na alma, no fogo inextinguível do inferno. (Epístola a Diogneto 10, 7-8) Como Mathetes fala expressamente na alma imortal, e na vida no céu, não é preciso tomar muito tempo para provar essas coisas. 

É preciso apenas afirmar que, então, Mathetes ensina a imortalidade da alma, em conformidade com a doutrina da Bíblia e de todos os outros padres da Igreja, como mostrado. E forma-se assim mais uma prova, e essa reconhecida até pelos oponentes da doutrina, já que esses consideram o livro A Diogneto como proponente do “dualismo platônico”.
 
Desse modo, no caso particular, esse autor não introduz diferença essencial, pois a imortalidade da alma é encontrada em todos os outros autores já analisados.
Tertuliano

Da doutrina de Tertuliano não é necessário fazer qualquer esforço para mostrar que o mesmo ensinava a imortalidade da alma, pois o livro “Os Pais da Igreja contra a imortalidade da alma” traz a confirmação de que não há dúvida de que esse influente escritor cristão, que saiu da Igreja e abraçou o Montanismo, ensinava que a alma é imortal.


Mas, o livro afirma que Tertuliano inventou a doutrina do tormento eterno no inferno, por ser rigorista ao extremo, e o que afirma da imortalidade da alma é por sua conta.



Então, mais um padre da Igreja, que ensinava a imortalidade da alma. E contrariamente ao que o livro afirmou, nada indica que a doutrina do inferno tenha sido invenção sua, e não estava sozinho ao ensinar a verdade de que a alma é imortal.


Tertuliano afirma que “a opinião de que a alma morre é mantida pelos epicureus”. De forma alguma ele diria isso se a doutrina cristã pregada em toda parte ensinasse o que os epicureus ensinavam nesse mesmo particular, ou seja, o de que a alma experimentaria a cessação da existência, como pregam os mortalistas modernos. Na mesma esteira, Tertuliano também denuncia o erro que nega, entre outras heresias, “a restauração do corpo”, que é a ressurreição. A imortalidade da alma era negada pelos epicureus, enquanto que a ressurreição por todos os filósofos. (cap. 7)

Quando Tertuliano trata essa questão, o que aparece é que a doutrina da imortalidade da alma é ensinada na Igreja, em toda parte, e que a negação disso vem de fora, sendo resultado das elucubrações de muitos por meio da filosofia epicurista. Dessa forma, o ensino que pregam não é conforme a doutrina cristã. Não há vestígio de que Tertuliano estivesse sozinho nesse particular.

Pelo contrário, caso essa fosse a realidade, haveria um debate imenso e acirrado, pois não deixariam no silêncio essa doutrina tão clara em Tertuliano. 
Gledson Meireles.


3 comentários:

  1. Olá Paz e bem!!
    Esse Livro: Os Padres da Igreja Contra A imortalidade Da Alma é de qual autor?

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    1. Olá Nivaldos,a paz de Cristo:

      Faltou essa informação importante!

      O livro é do Lucas Banzoli, e ele disponibiliza gratuitamente na versão digital.

      Até logo.

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