Leiam o artigo: Mais
uma da fábrica de mentiras da apologética
católica: Henrique VIII era protestante?
O rei Henrique VIII está muito longe de ser um protestante, mas também está longe de ser católico, tanto pela sua oposição a Roma, como pelas suas atitudes contra padres, bispos, mosteiros, conventos e peregrinações (e etc.), e por sua vida nada santa a partir de então.
Pode não ser um protestante, mas deixou também de ser católico, e nem mesmo pode ser um "meio protestante" ou um "meio católico", como o artigo do link abaixo mostra: ele foi um reformador diferente.
É um fato que a
Igreja inglesa abraçou o protestantismo, não sendo mais católica, e isso foi
facilitado após a atitude do rei Henrique VIII.
Como mostra o artigo que
pode ser acessado aqui,
o rei via a si mesmo como um reformador, alguém que tinha a missão de purificar
a Igreja. Era um reformador a seu modo, diferindo de Lutero, Zuínglio e
Calvino, e dando início a um quarto ramo protestante.
De fato, mesmo Lutero,
Zuínglio e Calvino consideravam-se os verdadeiros católicos. O rei Henrique
VIII foi diferente dos demais reformadores, e não foi por sua intenção de permanecer católico, mas
porque o rei manteve praticamente toda a fé católica intacta em sua reforma,
atacando, na prática, o poder do papa, negando a supremacia papal, enquanto também fechava conventos e
mosteiros, e era contrário às peregrinações aos santuários, o que o coloca mais
próximo dos demais reformadores. Era
católico à sua moda: sua atitude favoreceu demais o protestantismo. Fato: a Inglaterra deixou de ser católica a partir dele. Foi um afastamento progressivo.
Gledson Meireles.
Gledson Meireles.
A aprovação ou não do comentário fica a seu critério, mas apenas pontuando aqui: é um erro colocar a Igreja Anglicana dos tempos de Henrique VIII como “um quarto ramo do protestantismo”, tão errado quanto considerá-lo “protestante” (o que noto que você não faz, o que já é um significativo avanço em relação aos outros sites católicos, bom seria se todos reconhecessem isso!). Os protestantes podiam divergir em algumas coisas, como na questão da predestinação ou da ceia, mas essencialmente todas as vertentes reformistas criam nos mesmos princípios básicos, os cinco pontos ou “cinco solas”, e se você for analisar as confissões de fé dessas igrejas, são extremamente parecidos umas com as outras. Agora compare isso com os artigos de fé de Henrique VIII (que eu passo em citações no meu artigo), e veja o quão abismal, notória e assustadora é a diferença: TODAS as doutrinas ali eram católicas, à exceção da supremacia papal que ele só não reconhecia porque queria se colocar acima do papa.
ResponderExcluirAssim, considerá-lo um “quarto ramo do protestantismo”, sem crer em nada dos princípios básicos da Reforma e divergindo em quase tudo dos outros reformadores, não é uma conduta adequada e nem considero intelectualmente honesta. E digo mais: se não fosse o fato de Eduardo ter aderido ao protestantismo e de Isabel tê-lo consolidado, a Igreja da Inglaterra ao estilo de Henrique VIII seria até hoje considerada uma Igreja “Católica” nos moldes sedevacantistas e veterocatólicos, ou seja, um catolicismo que não reconhece o papa atual como autoridade suprema ou infalível – um tipo particular de “catolicismo”, mas que ainda não tem nada a ver com protestantismo. E neste sentido também é um grande erro afirmar que Lutero, Calvino e Zwinglio também se consideravam “católicos”, isso não é verdadeiro a não ser que se tome esse termo em seu sentido etimológico de “universal”, e se for assim então até hoje eu e os demais protestantes ainda somos “católicos”.
Lucas, em essência concordo com tudo o que foi escrito acima.
ExcluirO rei Henrique VIII deu início ao quarto ramo protestante somente no sentido remoto, não intencionalmente, nem de fato, pois como você mencionou, o Protestantismo só começou de fato após Eduardo VI. Usei a expressão apenas para indicar que o cisma do rei ajudou a Inglaterra a separar-se definitivamente com Roma.
de Roma.
ExcluirMas no sentido próprio de católico romano, como seguidor dessa instituição, obviamente não. Eles consideravam a Igreja Católica a Babilônia e o papa o anticristo. Lutero hesitou por muito tempo em criar uma igreja nova até ver que a romana não tinha jeito, mas então rompeu definitivamente com o catolicismo (neste sentido que disse). Calvino foi mais rápido, desde logo via que “reformar” a Igreja Católica seria impossível e considerava o protestantismo um ramo totalmente diferente. Não estudei a fundo os escritos de Zwinglio, mas duvido que com ele tenha sido diferente. Henrique VIII era o único que se considerava “católico” em um sentido próprio, e é por isso que em seu país os protestantes eram mortos por heresia mas os católicos não (eram mortos por traição à pátria, mas não por heresia, porque ele não os considerava como uma “outra religião”, mas como uma extensão da mesma, sob outra direção).
ResponderExcluirA sacada de colocar a Igreja de Henrique VIII como “reformista”, ainda que não “protestante”, não ajuda muito, porque “reformista” qualquer um pode ser – desde a RENOVAÇÃO Carismática Católica até qualquer outro movimento de “restauração”, isso não aproxima em nada do protestantismo. Mesmo que se diga que Henrique VIII “ajudou” ao protestantismo (enquanto assassinava todos eles em seu reino), seria apenas de forma indireta no sentido de romper ligações com Roma, mas nem isso pode-se considerar efetivo, já que Maria a Católica já havia restaurado o catolicismo romano na Inglaterra, e assim teria permanecido se não fosse Isabel ter instituído o protestantismo depois dela em uma história bastante complexa e longa que não convém retratar aqui. Portanto, é a Isabel que recai o mérito e a responsabilidade do protestantismo ter vingado na Inglaterra, e não a Henrique VIII.
Não vou debater sobre isso e nem incomodar mais, só quis fazer essas breves considerações mesmo, até para enriquecer mais o artigo com informações.
P.S: fiz um novo artigo sobre Tiago e o quarto evangelho onde comento algumas de suas considerações do artigo anterior. Se quiser elaborar alguma nova resposta, fica a seu critério. Estou reunindo o máximo de material (contra e a favor) sobre o assunto para eventualmente escrever um livro, então qualquer consideração a mais será proveitosa. Abs.
Obrigado pelas considerações.
ExcluirOlá Lucas Banzoli
ResponderExcluirBoa noite
Considerando que a Confissão de Fé das Igrejas Protestantes no seu início são muito parecidas e considerando também que Lutero, Calvino e outros Reformadores tinham o Espírito Santo deveria então ser fácil criar uma Igreja Una e Santa e Católica conforme Jesus sempre quis mas não conseguiram e só para lembrar que a questão da Santa Ceia e da predestinação são dois assuntos importantíssimos na fé cristã tanto é que pelo que eu entendo do protestantismo a Santa Ceia é considerada uma ordenança então vejam a importância fundamental da mesma no Cristianismo e podemos observar também que nem o princípio fundamental dos cinco Solas conseguiu formar uma Igreja Una e por falar nos cinco Solas os mesmos estão incompletos pois faltam dois Solas que são o Sola Spiritus Sanctus e o Sola Ecclesia pois o próprio Jesus disse que viria o Espírito Santo para a Igreja assistindo a mesma pois a missão da Santa Igreja é essencial no Cristianismo.
Luiz
No artigo que se busca criticar é dito que: "Em outras palavras, o que o rei Henrique fez foi deixar de reconhecer o papa como chefe supremo da Igreja, mas as doutrinas católicas permaneceram exatamente as mesmas de antes e não tinham nada de protestantes". Impende que saibamos se realmente os anglicanos se aproximam mais dos católicos ou dos protestantes, para tanto, há que se saber, primeiramente, se a Igreja Anglicana é cismática? Cisma é a recusa da sujeição ao Sumo Pontífice ou da comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeito, como é o caso dos ortodoxos (ou melhor, heterodoxos), veja que os cismático se aproxima muito mais do catolicismo do que do protestantismo. Ora, é dito que a única divergência do anglicanismo para o catolicismo foi a não sujeição ao Sumo Pontífice, logo,o anglicanismo deveria ser cismático? Não! Se assim fosse chamaríamos a igreja anglicana de cismática, mas se não chamamos é porque tem algo a mais, e esse algo a mais é descoberto quando se analisa a situação da igreja católica brasileira (ICAB), ela também não se submete ao papa, então porque ela não é considerada cismática? Porque os desvios não param por aí, no livro "Horas de Combate", de Monsenhor Liberali, um protestante pergunta sobre a situação da ICAB: "E por que chama de heresia e não de igreja cismática de Maura" (referindo-se à ICAB), ao que Liberali responde: "Porque nessa igreja se fez mão baixa de muitos dogmas: confissão, indissolubilidade matrimonial, etc. A igreja anglicana foi fundada justamente por entender que o matrimônio não era indissolúvel, assim, fica sendo herética, logo, assemelha-se ao protestantismo, não fosse assim teríamos uma situação sui generis, i.e., não é cismática e nem é herética, então é o quê? A alternativa foi a de chamá-la de protestante por conta da heresia, ultrapassando o cisma. É apenas uma corrente, não se desconhece que o assunto é vasto e que não há se recusar, definitivamente, a tese de que a anglicana não é protestante.
ResponderExcluirMais um complemento, Henrique VIII poderia ser um protestante, pois a heresia pressupõe "a negação pertinaz, após a recepção do Batismo, de qualquer verdade que se deve crer com fé divina e católica, ou a dúvida pertinaz a respeito dessa verdade." Veja que a heresia é um plus em relação ao cisma, o cismático só não reconhece a autoridade do papa, enquanto o herege, além de não reconhecer a autoridade papal, possui outros desvios da fé católica, como foi o mesmíssimo caso de Henrique VIII, pois, a partir do momento que ele passou a acreditar que o casamento poderia ser dissolvido, ele passou a ser herege. O protestante entra como herege, não como cismático, pois tem o "plus".
ResponderExcluirO protestante nos julga dizendo que somos mentirosos em afirmar que Henrique VIII foi um protestante, mas se diz que somos mentirosos, deveria, ao menos, entender o que entendemos ser protestante, vejamos o que o catolicismo entende por infidelidade, heresia e cisma.
ResponderExcluir1) os infiéis: são os não-batizados, como os muçulmanos, judeus, testemunhas de Jeová e etc.
2) os hereges: são os batizados que renegam a fé católica (proclamada pela Igreja Católica Romana), como os protestantes.
3) os cismáticos: são os que rejeitam a autoridade do papa.
Vamos encaixar Henrique VIII nessa classificação: ele rejeitava o papa? Sim, então ele poderia ser cismático, mas poderia ser esse fosse ÚNICO ERRO dele, mas será que foi? Não! Ele defendia a possibilidade de o casamento ser dissolvido, logo, qual classificação iremos colocar ele? Bom, batizado ele era, logo, infiel não pode ser, restando denominarmos de: herege. Ocorre que dentro da classificação de herege estão os protestantes, assim, Henrique VIII é protestante.
Antes, então, de o protestante dizer que mentimos, seria de bom tom que ele tivesse consideração com os nossos conceitos. Claro que o protestante pode muito bem insistir que Henrique VIII não era protestante, mas não pode dizer que nós mentimos, pois não estudou nosso conceito.
Realmente é importantíssimo entender o conceito do outro antes de opinar.
ExcluirIrmão, salve maria! Só temos que tomar cuidado, porque devemos colocar as fontes, para justamente evitar que o Lucas, que gosta de estudar a fé católica e fazer papel de inquisidor das ditas heresias. Outra coisa, todo herege é protestante? Ou todo protestante é herege? Ele pode bater nisso. Obrigado! #totustuusmariae
ExcluirA fonte está num comentário mais acima, veja: "no livro "Horas de Combate", de Monsenhor Liberali, um protestante pergunta sobre a situação da ICAB: "E por que a chamamos de herética e não de cismática (referindo-se à ICAB), ao que Liberali responde: "Porque nessa igreja se fez mão baixa de muitos dogmas: confissão, indissolubilidade matrimonial, etc". A igreja anglicana está nessa mesma linha, ela foi fundada justamente por entender que o matrimônio não era indissolúvel, assim, fica sendo herética, logo, assemelha-se ao protestantismo, não fosse assim teríamos uma situação sui generis, i.e., não é cismática e nem é herética, então é o quê? A alternativa foi a de chamá-la de protestante por conta da heresia, ultrapassando o cisma". Sim, todo protestante é herege.
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