No artigo Mateus
16:18 e o fundamento da igreja, o autor afirma que “os papistas” “cortam o
contexto” que tornaria claro qual a pedra mencionada no texto.
E com impressionante
criatividade, faz um jogo com os pronomes "isto" e "esta" para afirmar que a declaração
de Pedro está sendo referida “claramente”. Assim explica:
“Mateus 16
13 E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. [a declaração de fé de Pedro]
17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque isto [a declaração de fé de Pedro] não foi lhe foi revelado pela carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra [a declaração de fé de Pedro] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
13 E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. [a declaração de fé de Pedro]
17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque isto [a declaração de fé de Pedro] não foi lhe foi revelado pela carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra [a declaração de fé de Pedro] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
O grande problema é que uma
leitura normal do texto torna desnecessário explicar que o ISTO do versículo 17
é a declaração de Pedro, já que não há outra possibilidade de entender, segundo
as normas da língua, para quem tem o bom entendimento de um texto. Isso é
realmente claro, mas não para o que o autor propôs.
Para ligar o pronome ESTA,
do versículo 18, à declaração de Pedro, deveria o texto ficar assim:
“Mateus 16
13 E,
chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interrogou os seus discípulos,
dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem?
14 E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. [a declaração de fé de Pedro]
17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque isto [a declaração de fé de Pedro] não foi lhe foi revelado pela carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois eu digo que sobre esta pedra [a declaração de fé de Pedro] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
14 E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas.
15 Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
16 E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. [a declaração de fé de Pedro]
17 E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque isto [a declaração de fé de Pedro] não foi lhe foi revelado pela carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
18 Pois eu digo que sobre esta pedra [a declaração de fé de Pedro] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.”
Portanto, somente dessa forma,
retirando pelo menos o “tu és Pedro (pedra)”, ou como foi feito acima, é que o texto forçaria-nos a entender a
“pedra” como a confissão, já que não haveria outra saída, pois não teria
tratado de pedra alguma na passagem, ou seja, por não ter sido apresentado nada
antes que pudesse ser identificado como pedra.
O que o autor disse sobre o
“isto” no verso 17 está correto. Vejamos:
“Bem aventurado és tu Simão,
porque isto não lhe foi revelado pela carne e o sangue”.
Basta perguntarmos: isto o
quê? E responder: o que acaba de ser dito por Pedro. Pronto, não há dificuldade
alguma.
Assim, o que Jesus afirma no
verso 18, é igualmente fácil de entender:
“Pois eu também te digo que
tu és Pedro, e sobre esta pedra...”
Uma vez que Pedro significa
pedra, a expressão sobre “esta pedra” significa sobre Pedro, nada mais.
É um salto gigante entender a
frase: sobre esta pedra, como sendo a confissão que foi dita no verso 16, e que
sem qualquer explicação entende que essa foi chamada de pedra. Eis erro.
No intuito de reforçar a
interpretação, o autor afirma: “O que estava em jogo era quem era o Filho do homem, e não quem era Pedro”.
Então, o que Jesus disse a
Simão: “Tu és Pedro...” foi algo
inútil? Obviamente não. Portanto, houve a apresentação de Pedro também.
Assim, a afirmação abaixo
acerta na primeira parte, e erra na segunda:
“Cristo, então,
começa a trabalhar através desta mesma confissão de Pedro. Ele afirma que (1) “isso”
(referindo-se ainda ao fato de Cristo ser o Filho de Deus) havia sido
revelado por Deus a ele (Pedro), e que sobre (2) “essa pedra” (i.e, essa mesma confissão) a Igreja estaria
edificada.”
Contrariamente à
interpretação apresentada, o foco saiu de Cristo e foi para Pedro, já que é uma
conversa, pois Jesus diz: Pois eu também te digo, que tu és Pedro. Não é
isso uma mudança de foco, um endereçamento a outra pessoa?
Pedro disse: Tu és o Cristo.
Jesus disse: Pois eu também te digo que tu és Pedro. É um diálogo, onde Pedro fala
a Jesus e Jesus a Pedro. Isso é claro.
E o artigo comete outro erro
ao afirmar que Pedro não pode ser fundamento porque é dito que Jesus é o
fundamento.
Assim, Pedro seria uma
coluna, como está em Gálatas 2,9, em igualdade com as demais colunas, os outros
apóstolos, e somente um fundamento é revelado.
Para isso, cita 1 Coríntios
3,11, onde Jesus é o fundamento, mas esquece-se que em Efésios 2,20 a Igreja é
alicerçada no fundamento dos apóstolos e profetas, o que radicalmente refuta a
tentativa de retirar o fundamento Pedro, em Mateus 16,18, por meio de textos
como 1 Coríntios 3,11, causando confusão interpretativa. Para melhor entender,
basta ver que na representação em Mateus 16,18 Jesus é o Construtor, e em 1
Coríntios 3,11 o construtor é o apóstolo Paulo.
Assim, o erro é entender
diferentes metáforas escolhendo uma como critério para interpretar a outra
Gledson Meireles.
Posso sim, Glaysom, mas não no momento. Aliás, tenho feito algumas leituras na área da mariologia, e mais esse artigo irá ajudar. Logo irei publicando a refutação em partes.
ResponderExcluirMuito obrigado,já li uma das partes!
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