1. Nos primeiros tempos, sendo a
Igreja composta majoritariamente de judeus, e com poucos convertidos pagãos, a
saber, os prosélitos que conheciam o decálogo, não haveria necessidade de
tratar do assunto das imagens, nem mesmo insistir sobre a proibição da idolatria.
2. A partir de Atos 15 esse tema
é constante: 1 Cor 12,2; 10,1 4;1 Tess 1,19; 1 Jo 5,21. E por isso não há
qualquer vestígio de culto tributado às imagens nessa época.
Então não havia imagens na era
apostólica, e as igrejas eram totalmente destituídas da arte que retrata coisas
do Cristianismo? A resposta é que não havia nem igrejas para o culto divino
ainda, muito menos uma arte cristã desenvolvida. Devemos ver qual o princípio
que a Bíblia apresenta nesse sentido.
Obviamente no tempo de Jesus
nenhum judeu tinha qualquer relação com os ídolos estrangeiros. Também não era
costume judaico fazer imagens de Deus (cf. Dt 4,15), nem de personagens
religiosos (profetas, sacerdotes...), e nem de figuras políticas.
Por outro lado, o templo de
Jerusalém era adornado com figuras de plantas, flores, animais e anjos. Os
ambientes de culto não eram destituídos de imagens, mas belamente adornados.
Disso a arqueologia mostra abundância da exemplos.
Assim, devemos perceber duas
coisas diferentes: 1º) Há total ausência de ídolos e de culto idolátrico na
Igreja primitiva. 2º) Os apóstolos e primeiros discípulos eram acostumados com
a arte religiosa no templo, sinagogas e outros lugares, como os cemitérios
cristãos. Se usavam essa arte, tinham respeito por ela, e essa influenciava de
alguma forma sua espiritualidade.
Diante disso, podemos ver que a
Bíblia não trata explicitamente no Novo Testamento dessa segunda realidade,
nada dizendo sobre qualquer mudança de princípio. O que vemos é a mesma
proibição da idolatria.
Sabemos que os apóstolos não
tinham igrejas construídas ainda, e que as reuniões se davam nas casas, nas
margens de riachos, e os cristãos ainda frequentavam o templo e a sinagoga. Não
há construção de igrejas nesse primeiro século, pelo que consta não existe nenhum
registro bíblico, histórico e arqueológico nesse sentido. Portanto, não há que
procurar uma arte cristã nos moldes mais tardios nesse período primitivo.
Os cristãos convertidos do
paganismo deixaram os “ídolos mudos”, ou seja, as imagens de escultura do
paganismo. Eram instados a fugir da idolatria. Eles abandonaram os ídolos e
serviam ao Deus vivo e verdadeiro. Nada há sobre a confecção de arte cristã,
sob a forma de escultura, pintura, mosaico, etc., nem do seu uso religioso.
Conclui-se que há nesse período,
pelo menos, a arte do templo e da sinagoga, e a proibição da idolatria pagã. Não há qualquer proibição de imagens cristãs na igreja nesse período.
Os argumentos mencionados são baseados no livro Desmascarando a
Idolatria, de Paulo Cristiano Silva, CACP, 2015.
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