Apocalipse, de Uriah Smith.
Apocalipse
4 – Uma nova visão: o santuário celestial
Os
vinte e quatro anciãos. A interpretação adventista de
Uriah Smith afirma que as vestes brancas e a coroa na cabeça representam o
conflito terminado e a vitória conquistada. E por algum bom motivo, afirma,
esses já estão com a coroa de vencedores no mundo celestial.
Seria uma classe de remidos
como todos os outros serão remidos. Assim, acreditam que São Paulo falou sobre
esses remidos em Efésios 4, 8 quando afirma que Jesus levou cativo o cativeiro.
E lembrando do fato de que muitos santos mortos ressuscitaram na ressurreição de
Jesus, como está em Mt 27, 52-53, afirma que existem pessoas que saíram da
sepultura por ocasião da ressurreição de Cristo e foram levadas ao céu para
exercerem tarefas sagradas.
O problema com essa
interpretação é que não há uma ligação óbvia, nem mesmo uma exegese para essa
doutrina, e a mesma contradiz o que a Bíblia ensina sobre a ressurreição, pois
não há lugar para um grupo de cristãos serem ressuscitados para a glória antes
dos demais, nem uma alusão a isso. Muitos justos ressuscitaram a foram vistos
por muitos em Jerusalém, mas isso apenas afirma que muitos santos em Jerusalém
ressuscitaram.
Sabemos que de fato em
Efésios 4, 8 Jesus sobe aos céus, após quarenta dias da ressurreição, e leva consigo
os santos, todos os que tinham morrido salvos antes da Sua vinda, levando esses
cativos da morte para o céu junto com Ele. Ele leva o cativeiro, e não apenas
alguns. Portanto, são as almas dos santos. Esse fato é visto por São João nos
vinte e quatro anciãos que estão na glória do céu.
No entanto, como o
adventismo não crê na imortalidade da alma, mas é preciso explicar como esses
anciãos estão no céu antes da ressurreição final, devem afirmar que eles foram
ressuscitados. Mas quando? Seriam eles aqueles que ressuscitaram em Jerusalém? Certamente
não.
Então, utilizam a
passagem que afirma que muitos santos que dormiam foram ressuscitados. Não
sabemos se essa ressureição foi definitiva ou temporária, como a de Lázaro.
Talvez tenha sido temporária, pois não houve tal ressurreição para a Igreja
ainda, e então esses não foram glorificados para o céu, mas ressuscitaram como
um milagre para testemunhar a ressurreição de Cristo.
Ainda, quando Jesus vai
para céu, diante de muitas testemunhas, não foram vistos os santos com Ele. Se
eles tivessem sido ressuscitados, estariam subindo com Jesus.
Também, certamente, o
número dos santos que ressuscitaram em Jerusalém por ocasião da ressurreição de
Jesus não foram muitos no sentido de uma multidão, o que teria causado enorme
comoção ao aparecerem na cidade a muitas pessoas. Entende-se que muitas pessoas
viram esses santos, mas não foram tantos que indicasse a maioria na cidade.
E, por fim, devemos afirmar
que não houve ressurreição gloriosa para ninguém mais, a não ser para a virgem
Maria.
Dessa forma, os
adventistas creem que Moisés, e muitos outros santos estão ressuscitados no
céu, mas não creem que a virgem Maria esteja.
Ainda mais, os vinte e
quatro anciãos, que seriam uma companhia de cristãos que por algum motivo foram
ressuscitados e levados ao céu, esses seriam “auxiliadores de Cristo em Sua obra de mediador no santuário celestial”.
Ou seja, estão sendo sacerdotes com Jesus, auxiliando em Seu ministério de
salvação.
Assim, eles fazem com
Jesus uma tarefa em favor da Igreja na terra. Sabe o que isso representa? Uma
verdade que a Igreja Católica ensina desde sempre, ou seja, que há intercessão
dos santos no céu pelos santos da terra, o que é o ministério de intercessão
dos santos. Isso significa que eles estão com Cristo realizando esse múnus salvífico, que tem a virgem Maria
como figura especial. Os santos são reis e sacerdotes no céu.
Tudo o que a doutrina adventista
admite sobre alguns santos apenas, a Igreja Católica afirma que ocorre com
todos os santos. Mas, a diferença está em que essa doutrina é explicada
naturalmente pela imortalidade da alma, e como os adventistas não creem nessa
doutrina, precisam explicar a presença dos santos no céu de outra forma, como a
de que alguns já foram ressuscitados.
Então, na interpretação
católica, os 24 anciãos são os santos na glória, os doze patriarcas e os doze
apóstolos em símbolo, representando o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
Estão vestidos de branco por que são santos, são puros, e usam coroas de ouro
porque estão na glória dos habitantes do céu. São reis e reinam com Cristo.
Estão esperando o julgamento que Deus irá exercer contra os inimigos da Sua
Igreja. São reis e sacerdotes do Soberano Juiz. Está aqui provada a intercessão
dos santos, a imortalidade da alma, ao mesmo tempo em que é indicado um
equívoco no entendimento do adventismo sobre essa passagem.
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