terça-feira, 7 de junho de 2022

Comentário do debate entre Dave Armstrong e Francisco Tourinho

Debate entre Dave Armstrong e Francisco Tourinho

Comentários sobre o debate a respeito da Unigenitus, 1713.

Interessante debate de Dave Armstrong, apologista católico, e Francisco Tourinho, apologista protestante, sobre a proibição da leitura da Bíblia na Bula Unigenitus de 1713.


Considerações sobre o debate

O assunto está muito bem desenvolvido, visto que origina-se já de um debate, começado com o Dave Armstrong refutando um artigo publicado em um blog protestante, onde o Dave escreveu vários artigos de refutação. Portanto, haverá grande desenvolvimento do assunto no presente debate.

O artigo original é cheio de citações de documentos, sendo bastante técnico. Pode ser acessado aqui, no blog protestante, cujo link está no final deste texto.

Uma nota interessante, a de número 3 do artigo, é que o autor questiona sobre os erros das “más” traduções, porque a própria Vulgata contém erros. Em resposta poderia ser dito que a Igreja está preocupada com erros que levam à heresia, que são contra a fé e a moral, e não qualquer discrepância ou erro de tradução que não tenha tamanha gravidade. Não se está advogando uma tradução perfeita. No Protestantismo há mais erra tendência, com a King James, enquanto que certos católicos apresentam nesse sentido a Douay-Rheims, que são traduções em inglês. Oficialmente a Igreja não ensina que há uma tradução perfeita, mas zela para que todas as traduções não levem a erros de fé e prática. Isso explica a posição diante de outras versões produzidas foram do âmbito católico.

O papa Inocêncio afirma que somente os que possuem o “intelecto da fé” podem compreender a Escritura. Isso é importante. Passemos adiante.

Vamos agora ao debate sobre a Bula Unigenitus. O link do artigo também encontra-se no final do presente texto.

Francisco Tourinho escreveu artigo resposta ao Dave. Acesse no final.

Abaixo segue uma análise do que foi dito pelo apologista protestante nesse artigo.

 

Parte 1

É necessário ter humildade para entender o outro

O objetivo apresentado é de “refutar as afirmações proferidas pelo senhor Armstrong”. É o que será avaliado. Será mesmo uma refutação? Ou uma resposta que não chegou a compreender a questão? Ou que errou o alvo, introduziu novos assuntos, errou na interpretação da doutrina católica? Preste bem atenção nesse pormenor.

Procederemos a explanação nessa ordem e veremos se as conclusões do senhor Armstrong se seguem dos seus argumentos”. Isso é bom. Vejamos como foi feito.

Os artigos são longos, e, portanto, o comentário aqui não poderá ser muito breve. Apesar disso, tem algumas considerações pertinentes.

O apologista protestante entende que a bula papal é “um ensino de fé para todo o rebanho”. Pense primeiro: o protestante entende que esse documento é infalível e é um ensino doutrinal para a Igreja Católica inteira. É esse o modo de entender da Igreja Católica? É assim que a teologia católica entende a questão? Ou é a interpretação do protestante sobre o modo da Igreja Católica agir?

Com isso mente, o autor pensa estar interpretando a doutrina católica adequadamente, e quando encontrar qualquer opinião contrária a esse ponto, por exemplo, entenderá que se trata de uma contradição do magistério, certamente. Isso ocorre muito entre os protestantes, quando leem os escritos católicos.

Em primeiro, entre as afirmações dos concílios ecumênicos sobre fé e moral não há contradição entre quaisquer deles. Em segundo lugar, há muitas divergências no que tange a outras questões, até mesmo ligadas à fé, mas que não são dogmas, não são infalível, são provisórias, são circunstanciais.

Então, o autor entende que a proibição geral é “claríssima”. E afirma: “ou seja, a pessoa simples não pode ter uma Bíblia em casa, muito menos fazer sua leitura sem sofrer uma sanção da Igreja de Roma”.

É claro que nesse período as coisas funcionaram justamente assim. Ponto pacífico. Era tempo muitas heresias, etc. Outra mentalidade. Mas, um fato é importante ter em mente sempre: havia possibilidade do católico ler a Escritura, com a permissão do bispo e do inquisidor, como entendeu o autor. Isso mostra que para o bem espiritual pessoal de um indivíduo, segundo o parecer da autoridade eclesiástica, havia permissão da leitura da Escritura.

E o apologista continua: “Aqui fica claro que a Igreja de Roma realmente julga que existem pessoas que não precisam da leitura da Escritura, mas pior ainda, que a leitura da Bíblia é prejudicial para algumas pessoas.

Mas é justamente isso. A leitura da Bíblia não é “obrigatória” a todos. Ponto inegável. O bom senso nos ensina isso. Ainda, a leitura da Bíblia pode ser prejudicial a algumas pessoas!!! A Palavra de Deus interpretada erroneamente pode trazer malefícios, que a própria pessoa traz sobre si mesmo. De algo santo e bom faz algo maléfico.

Isso é inegável, porque há pessoas que não possuem o intelecto da fé, não possuem preparação, não examinam as Escrituras com devoção, etc. Trazem sobre si repentina destruição, pelas heresias que concebem. Isso em nível individual. Pense nisso.

O problema é pessoal e não da Escritura, diga-se de passagem. É uma possibilidade. Portanto, ao afirmar “mas pior ainda”, o autor não pensou nisso. Há uma pressuposição que o levou a considerar isso algo ainda pior.

O caso da proibição da leitura, para muitos, para a maioria, talvez, ser um tipo de “gnose”, não é correto. De fato, é uma leitura muito, e muito, superficial. É compreensível, mas superficial. É o mesmo que afirmar que Calvino foi contrário às imagens porque foi influenciado pelo gnosticismo, por ser contrário à matéria. De fato, há afirmações de João Calvino que lembram o espírito gnóstico, argumentos que são mais gnósticos que bíblicos na questão das imagens. Mas, afirmar categoricamente que a doutrina veio do gnosticismo é superficial. O mesmo pode ter chegado àquelas conclusões por outras vias e não por influência gnóstica.

Assim, a Igreja não está negando o conhecimento total da revelação a ninguém, mas apenas afirmando que muitos não podem encontrá-lo por si mesmos pelo livre exame. É um fato. Quem pode negar isso?

Mas, o protestante dirá que o essencial, que é a mensagem salvífica, está claro e pode ser alcançado por qualquer um. No entanto, se o protestante afirmar que, com isso, também é possível surgir interpretações que levem a heresias, e que isso invalida a fé que o convertido teve em Cristo, porque o verdadeiro crente não adotaria heresias de perdição, então o caso fica ainda mais complicado, pois entra aí o papel da autoridade da tradição e da Igreja para corrigir as interpretações mal feitas e etc, para ordenar o conhecimento do novo convertido, através de bom discipulado.

O uso do “parece ser”, do “é provável”, que é frequente entre estudiosos, do mais alto calibre, parece ser desconhecido por muitos protestantes. E parece ser o caso do autor protestante.

É óbvio que o parece ser, assim usado, logicamente leva à abertura a outra opinião, a outra possibilidade, etc. Mas, é verdade, também, que é uma expressão que indica a mais alta probabilidade que os indícios, ou até mesmo as evidências apontam, de que o caso é de fato assim, e dificilmente se poderia dizer algo contrário.

Isso mostra que não é intuito de defender a Igreja contra a acusação de mudança de opinião. O protestante pensa: A Igreja ensinou tal coisa e agora mudou de opinião. O apologista tenta negar isso, esforçando-se por harmonizar o pensamento contraditório. Mas, não se trata disso, e é preciso aumentar o nível de compreensão das coisas, inclusive da linguagem culta, para que isso seja compreendido. Isso mesmo, aumentar o nível. É uma chave para o autor pensar.

A leitura natural do texto. Qual é? A do católico, que entende, que acredita, que se submete, que defende a doutrina da Igreja, que é reconhecido como fiel à doutrina da Igreja, reconhecimento esse da própria Igreja, ou a do protestante, que está lendo um documento com muitos pressupostos não católicos, que não crê na doutrina da Igreja Católica, que ainda não compreende bem o Catolicismo? É óbvia a resposta.

É muito difícil para o protestante entender essas coisas. Deve ouvir o outro, entrar em diálogo, fazer as devidas distinções.

Isso é para que o autor protestante pense e aprenda mais, isso o levará mais próximo da verdade, e do Catolicismo, consequentemente. Queira ou não, quanto mais próximo da verdade, mas próximo da Igreja Católica.

O protestante afirma que o documento é “uma condenação cabal à leitura da Escritura por todos os crentes sem exceção”, e o católico explica que não se trata disso. Veja bem o dogmatismo do protestante que não aceita a opinião do católico. Isso esconde algo.

Vejamos. Se a Igreja Católica de fato proibiu absolutamente a leitura da Bíblia, isso foi um erro. Se agora a Igreja Católica aconselha a leitura da Bíblia, ela mudou de opinião. Se essa mudança ocorreu, então a Igreja errou. Se o caso é uma questão de fé, a Igreja errou em questão de fé e não pode ser infalível. Se o católico está tentando defender a Igreja afirmando que ela nunca proibiu absolutamente a leitura da Bíblia, e isso for verdade, então a Igreja mantem a mesma opinião, a questão é explicada circunstancialmente, e a infalibilidade da Igreja está intacta.

Se a Igreja de fato mudou de opinião, implicando em tudo o que foi dito antes, então a interpretação do autor protestante está certa, e ele não deve acatar o parecer católico, visto que acha absurdo que uma vez a Igreja tenha se colocado contra a leitura da Bíblia e agora tenha mudado de opinião, ainda que a opinião seja melhor e tenha sido corrigida, o fato de que isso ocorreu seria uma prova da não infalibilidade da Igreja e uma razão para que o autor não se dobre à posição católica seja ela qual for. Pense nisso.

De fato, o protestante acredita que a leitura da Bíblia é para todos. Pelo menos é isso que transparece nos argumentos. Preste atenção: é algo que flui logicamente da argumentação comumente empregada. Mas, mais abaixo veremos que isso não é tão fácil de defender assim.

A Igreja Católica não ensina isso. Portanto, o ponto foi atingido: a obrigatoriedade da leitura da Bíblia não existe. Isso certamente é o que o autor está afirmando: “A leitura da Sagrada Escritura não é para todos.” É uma afirmação no interior da afirmação. De fato, afirmar que a leitura é para todos, supõe a obrigatoriedade de que todos venham a examinar a Bíblia para encontrar a salvação. Isso não é o que diz o bom senso, e não é o que o autor certamente tenha a intenção de ensinar. Se a opinião é de que a leitura da Bíblia deve sempre estar disponível a todos, com a liberdade dada a todos, então a questão é bem outra.

Francisco Tourinho escreve: “Jimmy Akin, embora tentando tornar mais leve a condenação, foi muito honesto intelectualmente ao assumir que a Igreja de Roma não defende que todas as pessoas leiam a Escritura, diferente de apologistas brasileiros que ensinam que nunca um católico romano foi proibido examinar a Sagrada Escritura”.

A Igreja nunca defendeu que todos leiam a Escritura. No sentido de obrigatoriedade. Mas, e o bom católico, aquele que se mostra fiel, que demonstra interesse no estudo bíblico, que apresenta-se de acordo com a doutrina que professa publicamente? Foi alguma vez proibido de ler a Bíblia? Essa certamente é a defesa que os apologistas fazem, afirmando que nunca o católico foi proibido de ler a Bíblia. Estamos tratando de pessoas, individualmente. Esse ponto é preciso considerar para refutar uma afirmação que o autor faz no artigo, e que será vista mais abaixo.

É preciso conhecer a Escritura, e isso também é feito pela frequência à Igreja, pelos sermões, pela catequese, etc. Conhecer o evangelho e a doutrina da salvação inteira não é unicamente por meio da leitura da Bíblia, tornando-a obrigatória. Esse é o ponto defendido pela Igreja Católica. Tentar negar isso é ir contra o bom senso. Creio que o apologista não tem o que objetar a isso.

Afirmar que o Dave Armstrong foi contraditório é não entendê-lo. De fato, ele é um apologista que realmente compreende bem o que a Igreja Católica ensina, colocando em linguagem mais clara, de forma mais compreensível, pontos mais sutis como esse.

Não parece que houve algo de contraditório entre o explicado pelo Jimmy Akin e a explicação do Dave. De fato, o Dave afirma isso na resposta que forneceu. Confira.

Diante disso, temos que o apologista protestante afirma ter entendido o que escreveu o Jimmy, ao mesmo tempo que o Dave acreditou estar em consonância com o pensamento do mesmo, quando de fato não estava. Será mesmo que o Dave não entendeu o Jimmy? Uma vez que o Dave afirma que concorda com o Jimmy, será que o apologista protestante teimará em afirmar que a opinião de ambos é diferente?

Então, o autor protestante afirma que há contradição entre Trento e o Vaticano II nesse quesito. Trata-se do que foi mencionado acima, e que o apologista protestante deve refletir. As diferenças não tocam a doutrina infalível, como já explicado.

Quanto à leitura da Bíblia para todos, isso deve ser entendido de acordo com as mudanças temporais. Basta ver que antes a leitura era livre, havendo momentos de limitações, depois voltando a ser livre, como hoje. Outro ponto para pensar. Isso é simples.

Então, o autor pergunta: “Será que o Papa verificou se cada um dos ouvintes eram homens preparados e eruditos para lerem a Escritura? Onde está a infalibilidade papal e do magistério com uma contradição tão patente?” Isso foi mencionado acima, basta agora refletir sobre o pequeno entendimento que o apologista protestante tem do Catolicismo.

O mesmo se repete nessa conclusão do apologista: “Somente um dos dois estão certos: ou a Unigenitus está certa ou o Papa está em heresia e a Igreja de Roma está sendo conivente com o erro da venda de Bíblias a qualquer pessoa.

Ele afirma que a proibição da leitura da Bíblia foi infalivelmente proibida. Com isso em mente, o apologista está errado. São coisas que afastam os protestantes do Catolicismo, a falta de conhecimento. Pensam que entendem o Catolicismo, quando de fato não entendem, e aqui está um exemplo. Vamos ver se agora, com essa oportunidade, essas coisas básicas sejam entendidas, e os argumentos protestantes que o apologista tem contra a Igreja diminuam.

 

Parte 2

O título é: “A LEITURA DA ESCRITURA PODE SER PROVEITOSAMENTE LIDA POR QUALQUER CRISTÃO?”

Diria que sim. Há probabilidade. É uma possibilidade. É assim que deve ser. Mas, não é certo que todo cristão fará da leitura da Bíblia uma coisa proveitosa. Muitos não o fazem. É possível.

O autor afirma que já foi provado, demonstrado, que a Igreja condenou a leitura da Bíblia por todos os fieis. Não adianta os papas afirmarem o contrário, pois um apologista católico, no entender do apologista protestante, admitiu que isso ocorreu! É o que se depreende do exemplo dado.

A leitura da Bíblia só pode ser feita com a permissão do Bispo ou do inquisidor? E se o bispo admitir que todos leiam? E se o inquisidor fizer o mesmo?

O apologista protestante afirma que o Magistério contradiz o concílio de Trento e a Bula Unigenitus. Respondido acima. O Dave também responde em seu artigo.

Agora, o apologista irá fala do que conhece bem, do calvinismo, que é parte integrante do Protestantismo histórico. De fato, ele é calvinista. Então, depois veremos o conhecimento do Dave Armstrong sobre o tema, pois ele é de fato um apologista competente.

Agora que estamos em campo protestante, com assunto protestante, tratado por apologista protestante, vejamos: “Agora devemos fazer algumas distinções: não é que a leitura da Escritura seja absolutamente necessária a todos homens para serem salvos, pois as crianças são salvas e, igualmente os iletrados, mesmo sem ele mesmo fazer a leitura da Sagrada Escritura.

De fato, o autor disse o que a doutrina católica tem como pressuposto: a leitura da Bíblia não é necessária para a salvação. Há concordância. Todas as vezes em que se chega à verdade, também há concordância com o que a Igreja Católica ensina.

Aquilo que aparece muitas vezes nas entrelinhas nos debates, agora surge de forma clara. Não é razoável prender alguém por ler a Bíblia, como ocorria. Mas, em outros tempos, todos achavam razoável. Pensemos nisso.

A opinião: as heresias vieram de homens cultos e não dos simples. É uma constatação formidável. Interessante. E mais: “é um crime hediondo proibir seu acesso”. Mas, deve-se entender o espírito da época em que isso ocorreu.

Em primeiro lugar, lembra-se que acima foi frisado o acesso e crescimento espiritual do indivíduo à Bíblia? Pois bem. A Igreja não estava, e não está, apenas se preocupando com o surgimento de heresias em larga escala, que só veem de líderes influentes, de pessoas cultas, como os citados no artigo. Mas, também, a Igreja não deseja que uma alma se perca por conceber heresias pela leitura e interpretação privada da Escritura Sagrada. Por isso, a questão da proibição se entende em nível pessoal, individual, particular, de pessoas mais simples, com menos conhecimento teológico.

Outra coisa: “que fique registrado que nunca defendemos que a leitura não é para todos.” De fato, o apologista reconhece que o calvinismo proibiu certas versões da Bíblia. Então, proibiu lê-las, possuí-las. Portanto, fez o que a Igreja Católica fez em determinados tempos e a respeito de determinadas traduções bíblicas e outras obras.

Quando a Igreja pensa que a leitura não é para todos, está certamente levando em consideração a realidade, que o próprio autor utilizou ao citar um analfabeto que conhecia a Bíblia ouvindo a leitura de outra pessoa. Nem todos leem. Isso, portanto, não é questão a ser discutida.

A Igreja ensina pelos seus ministros, no culto para a assembleia, nos sermões, na catequese, etc. É isso que está pressuposto.

Aqui entra o desafio do autor protestante, sobre a TULIP. O Dave não entrou no assunto no momento, pois tem o costume de separar os temas. Negar que as divisões protestantes advém da livre interpretação é algo fantástico. Nota-se que o Dave tem essa mesma opinião. É, de fato, impossível negar.

E as controvérsias católicas? São semelhantes às dos protestantes? Veja o que o Dave afirmou sobre isso.

E a concepção de que a Igreja é infalível somente quando declara verdades em consonância com a Escritura?

É uma opinião inadequada. De fato, isso faz qualquer um infalível. Quando uma pessoa crê em uma doutrina correta, e a ensino, está sendo infalível. Não faz sentido. A infalibilidade da Igreja é para dar uma coesão, uma unidade, para ser um baluarte da fé.

O apologista protestante afirma que sabe ler os documentos da Igreja, pela sua maneira de expressar, mostrando certeza de que a Igreja ensinou isso e isso em tal época, mesmo que os papas e o magistério inteiro afirmem que se trata de algo diverso. É algo para ser pensado.

Para o mesmo, trata-se de livre exame feito pelos católicos com o intuito de defender a Igreja. O problema é sério, pois os protestantes leem os documentos da Igreja e se mostram como entendedores do que os mesmos dizem, ao passo que negam que os próprios católicos os entendam, afirmando que não estão compreendendo o que a própria Igreja ensina, ou que escondem, ou manipulam, ou negam, etc., o que a Igreja ensinou e ensina.

Essas e outras questões podem ser verificadas no artigo do Dave. Agora, uma palavra sobre a refutação apresentada pelo Dave Armstrong.

Espero que o apologista protestante entenda que o documento Unigenitus trata de questões na categoria de “decretos disciplinares” e não de fé e moral, e portanto não é dogmático, não é infalível, não é imutável, e portanto serve para determinada área, tempo, circunstância. Que o Senhor ilumine o coração de quem tiver o interesse de entender essas questões.

Bem notado pelo Dave, o celibato como regra na igreja é algo que não entra na questão doutrinal, dogmática, infalível, imutável. É uma regra eclesiástica, um costume estabelecido, e é claro que o celibato em si é de acordo com o evangelho, assim como a autoridade da igreja em fazer regras que não vão contra a revelação. Esse é o entendimento da Igreja.

São coisas que vão iluminando a mente, são exemplos que ajudam a entender mais a doutrina católica. Eruditos, teólogos, pessoas cultas, no âmbito não católico, geralmente não entendem bem o Catolicismo.

Gledson Meireles.

 

Artigo no blog protestante: Evangelical Miscellanies: Was the Bible Forbidden by the Roman Church?

Artigo do Dave Armstrong: “Unigenitus” (1713) vs. Personal Bible Study? | Dave Armstrong (patheos.com)

Artigo do Francisco Tourinho: "Unigenitus" (1713) vs Estudo Pessoal das Escrituras: Resposta a Dave Armstrong - O Calvinismo Explicado.

Artigo do Dave, refutação: “Church vs. the Bible” (vs. Francisco Tourinho) | Dave Armstrong (patheos.com).


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