sábado, 22 de maio de 2021

Livre agência?

A visão calvinista de que a livre agência é a liberdade que homens e mulheres têm para fazer o que querem, mas que em última instância todas as suas ações são determinadas, é problemática.

Gledson Meireles.

sexta-feira, 21 de maio de 2021

Documento da CNBB sobre o Ecumenismo e o diálogo católico-pentecostal

A CNBB publica documento que orienta para a formação sobre o Ecumenismo e o diálogo católico-pentecostal. Ótima live, nesse vídeo explicativo. O Vade mecum foi escrito com base nas experiências relativas ao tema.

Gledson Meireles.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Passagens bíblicas referentes à virgem Maria

O Salmo 69 é messiânico. Isso significa que ele trata da Pessoa de Cristo, do Messias. Dessa forma, podemos aprender muito de Jesus ao ler esse Salmo. No entanto, é preciso entender uma coisa básica, e que é esquecida por muitos teólogos protestantes.

A questão é que por ser um salmo messiânico, isso não quer dizer que todas as afirmações contidas em cada verso do Salmo se aplicam a Cristo. De fato, são apenas algumas porções do texto sagrado que referem-se a Jesus, e não o salmo inteiro.

Para ficar mais claro, basta ler o verso 2, e verá que não fala de Jesus: Salvai-me, ó Deus porque as águas me vão submergir. Só uma interpretação bastante metafórica pode ver alguma aplicação para a vida de Jesus nesse verso.

O verso 3 diz: Estou imerso num abismo de lodo, no qual não há onde firmar o pé. Vim a dar em águas profundas, encontrem-me as ondas.

O verso 6 é ainda mais enfático: Vós conheceis, ó Deus, a minha insipiência, e minhas faltas não vos são ocultas. Jesus não era insipiente, não tinha faltas. Portanto, esse verso absolutamente nada tem a ver com Jesus Cristo.

Da mesma forma, tantos outros versos não se aplicam a Jesus. Como o verso 9, que diz: Tornei-me um estranho para meus irmãos, um desconhecido para os filhos de minha mãe. Jesus foi incompreendido por Seus parentes, chamados “irmãos” nos evangelhos, mas não tornou-Se desconhecido deles.

Também, esses não eram filhos de Maria, que só teve um filho, Jesus. Por essa razão, o Novo Testamento não usa esse verso para falar de Jesus, nem mesmo quando São João escreve, no capítulo 7, que os irmãos de Jesus não criam nEle. Seria hora apropriada de lembrar uma profecia, se essa fosse relativa a Cristo, mas não era. O motivo do versículo não ser aplicado a Jesus nos evangelhos é notório: Jesus era filho único.

Interessante, que o verso 10 é usado por São João para falar de Cristo: É que o zelo de vossa casa me consumiu, e os insultos dos que vos ultrajam caíram sobre mim.

Assim, quando os protestantes lembram-se dessa passagem para aplicar a Cristo estão fazendo algo que o contexto bíblico não permite fazer.

Outra questão importante é que a teologia bíblica faz aplicações de passagens de uma porção da Escritura a determinada pessoa, sem necessidade de que o contexto original esteja conectado a isso.

Com isso em mente, temos que os padres da Igreja interpretam várias passagens bíblicas como referentes a Maria, e à Igreja de forma geral, segundo o modelo bíblico referido acima. É o fundamento bíblico posto em prática pelos intérpretes da Igreja.

Dessa forma, os Cânticos 4, 7 falam de Maria. “És toda bela minha amada, e não há mancha em ti.

Essa passagem fala da Igreja, conforme Efésio 5, 27, pois Deus purifica a Igreja e a levará à total santidade para entrar no céu. No entanto, há uma pessoa feminina na qual a passagem tomou forma e cumpriu-se: a virgem Maria. Ela é toda bela, amada de Deus, e não há mancha nela. Ou seja, não há pecado. Por isso a imaculada conceição.

Como a Igreja será toda pura, não terá pecado quando estiver para sempre no céu, Maria já recebeu a graça desde sua criação.

Isso não quer dizer que todas as passagens dos Cânticos dos Cânticos devem falar de Maria, nem que todos os versículos do capítulo 4 devem falar de Maria, mas que essa verdade aí contida, no verso 7, é uma verdade espiritual que aplica-se perfeitamente a ela. É assim que se faz teologia.

Gledson Meireles.

segunda-feira, 3 de maio de 2021

A predestinação de Maria

A Igreja vê na figura de Maria aquilo que será realizado em toda a Igreja. Ela é santa, pura, sem ruga nem mancha. Assim será a Igreja, como ensina Efésios 5, 27. Escolhida desde a eternidade para ser mãe de Jesus, porque os decretos de Deus incluíam a encarnação do verbo. Ele nasceu da mulher (Gálatas 4,4). Por isso, quando se fala da Sabedoria nos Provérbios 8, 22-23, a Igreja volta seu pensamento também à virgem Maria, que estava no plano divino. É uma aplicação feita ao contemplar a eternidade de Jesus Cristo, prevendo a encarnação.

Muitos não sabendo dessa profunda teologia, pensam que a Igreja está atribuindo a Maria as coisas da Sabedoria divina, que é Cristo, em Provérbios e outras passagens. No entanto, não é isso o que ocorre. A teologia católica sabe muito bem distinguir essas coisas. É Cristo o Verbo, o Filho, a Segunda Pessoa de Deus. No entanto, ao saber da Sua encarnação, a figura de Maria é vislumbrada desde a eternidade, para ser o canal por onde o Salvador iria vir ao mundo. E lê-se essa verdade nas passagens que tratam de Cristo.

Assim, ler Provérbios 8, 22 tendo em mente a virgem Maria é reconhecer a predestinação de Maria desde tempos eternos, quando Cristo acompanhava o Pai, e era a Palavra do Pai, criando o mundo. Entender a aplicação dos textos da Bíblia que falam de Cristo à pessoa de Maria é entender a profundidade da Palavra de Deus.

Maria precedeu as criaturas no pensamento de Deus. Ela não existiu antes de todos, não estava na eternidade, não veio antes de todas as criaturas, não foi criada antes, mas na ordenação das coisas relativas à salvação, da obra de redenção de Jesus Cristo, a virgem Maria estava no pensamento de Deus, assim como Cristo encarnado. Maria era aquela que iria ser a mãe do Verbo encarnado. Assim, ela precedeu as criaturas, não na existência, mas nos planos eterno de Deus. Cristo é o Primogênito de toda criatura, como nos ensina Colossenses 1, 15, e Maria é a primogênita no sentido acima esclarecido, juntamente com Cristo. É em união com Jesus que entendemos o papel de Maria.

Todas as criaturas foram predestinadas por Deus, previstas de antemão, desde os tempos da eternidade, e com isso em mente, entendemos que Deus predestinou aquela que formaria com Cristo a nova humanidade, redimida por Seu sangue.

Gledson Meireles.

domingo, 2 de maio de 2021

O culto à virgem Maria é vontade de Deus

Para muitos, especialmente nos dias de hoje, o culto de Maria é pecaminoso, errado, supérfluo, indiferente e etc. Há os que demonizam a atitude de cultuar Maria. Outros veem isso como expressão de pensamento e atitude pueris, como falta de conhecimento teológico, algo que Deus não levaria em conta por causa da infantilidade dos fieis, se esses realmente querem fazer Sua vontade santa.

Mas, na verdade, a Igreja desde seus primórdios, encontrou no culto à mãe de Jesus, por esse meio, uma fonte de santificação e de união com Deus. O Senhor Deus deseja que essa união com Maria seja fundada na nossa união com Jesus Cristo. O cristão tem notavelmente um apreço religioso por Maria.

Deus em Sua eterna Sabedoria pensou em criar o mundo e todas as suas criaturas, e vendo no Seu eterno plano de Salvação a encarnação do Verbo, vislumbrou a criação de uma criatura pela qual desceria à terra o Filho do Altíssimo.

Por essa razão, a primeira criatura no olhar de Deus foi a virgem Maria, antes de Adão, antes de Eva, e de todos os seres criados, por ter sido incluída no plano de salvar a raça decaída, como mãe do Salvador. Pensada de maneira especial por Deus, pois dela nasceria o Salvador da Humanidade.

É por isso que Maria está sempre no culto cristão, como uma peça que eleva nossos olhares a Deus e O glorifica.

Deus fez de Maria a primeira fiel, a primeira a crer em Cristo, a primeira membro da Igreja. Cristãos, todos, adoremos a Deus, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, e tenhamos em nossos corações, o amor que Cristo teve por Sua mãe, quando viveu submisso a ela, como bom filho, honrando-a e respeitando-a.

Por tudo isso, o culto de Maria está intrinsecamente ligado à fé cristã. É parte inseparável do patrimônio cristão. É conforme a vontade de Deus.

Gledson Meireles.