domingo, 10 de dezembro de 2017

O Milênio segundo as Testemunhas de Jeová

Segundo a doutrina das Testemunhas de Jeová, pouco antes da tribulação acontecerá a selagem do remanescente dos 144.000, que não integrantes do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová. (cf. Ap 7,1-3)

Após isso, haverá a tribulação, acontecerá o ataque à religião, e a Igreja deverá ser protegida por Deus. (cf. Ap 17,16) Esse ataque será abreviado (Mt 24,21.22) Então, os fenômenos celestes aparecerão, e haverá guerra contra a Igreja, o julgamento, a separação das ovelhas e dos cabritos, e o ajuntamento do restante dos ungidos, que são os 144.000.

Aí é entendido o texto de Mateus 13,27; Mateus 24,31. Isso será durante a tribulação. Nesse tempo, portanto, os 144.000 seriam arrebatados, e iniciariam o reinado com Jesus Cristo.

Estando já no céu, usariam do poder dito em Apocalipse 2,26-27 na guerra de Jesus com os inimigos, no Armagedon (Ap 16,16).

Nesse momento, segundo esse esquema, os cabritos serão condenados e as ovelhas sairão da tribulação, como é entendido o texto de Ap 7, 9.14.

Depois disso, Satanás e seus demônios serão postos no abismo, por mil anos. Essa é uma condição de inatividade (cf. Ap 6,2;20,1-3)

Começando o milênio, Cristo governaria com os 144.000 no céu, para fazer a vontade de Deus na Terra. Textos como Isaías 65,20-22. Após isso, Jesus entregaria o Reino ao Pai, como está em 1 Cor 15,25-28. O teste final, da humanidade com Satanás, acontece após o milênio, quando esse é solto. O que vencerão viverão para sempre “um futuro promissor”.

Pode-se fazer o seguinte esquema (se alguma imprecisão ocorrer, serão feitas correções, com base na doutrina original das Testemunhas de Jeová).

1.   Selagem dos 144.000

2.   Tribulação

3.   Julgamento das ovelhas e cabritos

4.   Ajuntamento dos 144.000 ao céu

5.   Ataque de Gogue de Magogue

6.   Prisão de Satanás.

7.   Reino Milenar

8.   Pessoas trabalhando no reino na terra sob o governo do céu.

9.   Soltura de Satanás.

10.                     Julgamento e libertação dos filhos de Deus. (Romanos 8,21).
 
Ensina-se que o milênio será o momento em que as pessoas da grande multidão transformarão a Terra em um paraíso, enquanto os ungidos já estão completos no céu. Esses cristãos que estarão na terra passarão por um teste final quando Satanás for solto. Assim, terão uma chance do converter-se por mil anos. Então, nessa doutrina os que vão ao céu somente são 144.000. O restante permanecerá para sempre na terra. O milênio é tempo de governo de Jesus e 144.000 sobre o restante na terra.
Deve-se analisar essa doutrina.
 
Gledson Meireles.

Reflexão sobre Apocalipse 20,1-5

O texto sagrado de Apocalipse 20 é um dos mais difíceis do livro. Mas, podemos entender muitas coisas, e tirar delas muitos outros ensinamentos.
 
O anjo desce e trancafia o Dragão no abismo por mil anos. As almas voltam à vida e reinam com Cristo nos mil anos. (Ap 20,4) Essa é a primeira ressurreição.
 
O livro afirma que é sorte feliz e santa de quem participa dessa ressurreição porque sobre eles a segunda morte não tem poder. Isso nos leva a entender que não morrerão mais, não serão condenados.
 
Outra parte muito interessante da visão é que as almas são vistas voltando à vida. Se no mortalismo a alma é fundamentalmente a junção de matéria e espírito (fôlego de vida), o profeta não poderia ter visto almas, já que essas não existiriam.
 
De fato, a matéria havia sido decomposta e o espírito não mais estava ali, pois está tratando de mortos. Depreende-se isso da visão mortalista.
 
O apóstolo não poderia ver as almas se essas não existissem. Ainda, afirma que essas almas voltaram a viver. O texto não diz que foram vistos  "aqueles que foram decapitados", mas que suas almas foram vistas: "as almas daqueles". Essas mesmas almas voltam à vida (psychas - ezesan) Temos a prova da dualidade do homem nessa afirmação.
 
Se se fala da morte física como a primeira morte, então os ressuscitados não morrem mais. Mas, é ordinário que todos os homens morram uma só vez (Hb 9,27), vindo após o juízo. Se a morte física é pensada apenas para os condenados, a segunda morte é mesmo apenas outra morte igual à primeira, da qual não se volta mais.
 
Contudo, se pensamos que há almas após a morte, e portanto existe consciência, podemos pensar igualmente que a segunda morte é realmente a condenação, uma morte espiritual, que irá tragar os réprobos.
 
O texto do v. 5 mostra que os outros mortos não ressuscitaram antes do milênio. Se esses mortos são salvos, então ressuscitarão com a possibilidade da segunda morte ter poder sobre eles. Somente os que participam da 1ª ressurreição são felizes por não ter mais essa má sorte.
 
Se assim fosse, os ressuscitados na 2ª ressurreição deveriam ter "segunda chance", já que ressuscitariam para não morrer ou morrer, dependendo de algo mais. Pensar isso é herético.
 
Por isso, os outros mortos que não ressuscitam e que não reinam no milênio estão condenados. A segunda morte tem poder sobre eles.
 
O milênio é, assim, o tempo da vitória de Cristo com os Seus, reinando. Pode-se aplicar a todos os que estão no céu e na terra reinando espiritualmente com Jesus, e que o milênio é, pelo mesmo, também espiritual.
 
Os mortos, aquelas almas vistas, vivem e reinam com Jesus no céu agora. Os vivos batizados e cheios da graça de Deus reinam agora com Jesus, mesmo vivendo na terra. Temos o entendimento do reinado espiritual. A segunda morte não tem poder sobre quem está com Cristo, pois não há condenação para quem vive em Cristo (cf. Romanos 8,1).
 
Os outros mortos não vivem e não reinam, pois são réprobos, e quando ressurgirem a segunda morte terá poder sobre eles.
 
Por essa leitura de Ap 20,1-5, temos evidência da imortalidade da alma, do milênio espiritual, da segunda morte como condenação.
 
Gledson Meireles.