As Escrituras mostram os ensinamentos pelos quais devemos
andar no caminho de Deus e não extraviar. (cf. Hb 2,1) E o perigo de cair à
beira do caminho é evidente, como na comparação feita com a transgressão da antiga
palavra “promulgada por anjos”.
A Palavra de Deus foi anunciada pelo Senhor e depois pelos
apóstolos (Hb 2, 3). O autor do livro dirige-se aos “santos irmãos e
companheiros da vocação celeste” (Hb 3, 1). Como aqueles fieis do primeiro século, esses também somos nós, os cristãos, que
constituímos a casa de Deus, construída por Jesus Cristo. (Hb 3, 6) A
“confiança inicial” deve ser mantida (v. 14)
Nesse contexto, lembra os que saíram do Egito e, por causa da
infidelidade, caíram mortos no deserto e não entraram na Terra Prometida. Esses
estavam no Povo de Israel, eram membros desse povo, mas não entraram no
repouso.
Da mesma forma há, na Igreja, a esperança do repouso. (Hb
4,1) O evangelho é a mensagem que ouvimos hoje, com a promessa do novo e
verdadeiro repouso: “A palavra que ouviram, contudo, de nada lhes aproveitou,
por não se unirem pela fé àqueles que tinham ouvido.” Assim, é necessário estar
na Igreja.
O capítulo 5 fala da “doutrina da justiça”, que é entendida
apenas pelos adultos na fé, e o capítulo 6 cita alguns rudimentos doutrinais.
(Hb 5, 13; 6,2). Nesse momento, alude aos que caíram, deixaram a fé, e não podem
mais voltar, certamente, por sua própria iniciativa, perdendo a graça, já que
afirma: “porque da sua parte
crucificaram novamente o Filho de Deus” (ênfase acrescentada). (Hb 6, 6)
O Senhor Jesus já está no céu, sentado à direita de Deus Pai,
esperando o dia marcado para que julgue o mundo e ponha os seus inimigos como
escabelo para os pés. (cf. Hb 10, 13)
Jesus abriu o véu, que era o símbolo da Sua humanidade, para
que através dela nós pudéssemos entrar no verdadeiro Santuário, pelo mérito do
Seu sangue. (Hb 10, 19-20)
Esse é o Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, que foi constituído
sobre a “casa de Deus”, a Igreja, como sabemos. (cf. v. 21)
Essa Igreja é seguida pelos santificados por Jesus, e que
reúnem-se vivivelmente para estimular a cada um à caridade e às boas obras,
como nos diz o v. 24. O versículo 25 exorta a que não deixemos as reuniões
cristãs, ou seja, de comparecer à igreja.
Esses versos, a partir do 23, mostram a importância de ir à
Igreja. O verso 23 diz: “Sem esmorecer, continuemos a afirmar a nossa esperança,
porque é fiel quem fez a promessa.” Trata-se de exercitar a esperança baseados
na fidelidade de Jesus.
O verso 24 ensina a velar uns pelos outros no estímulo mútuo
para a caridade e as boas obras, e o verso 25 ensina que não devemos deixar de
ir à igreja, coisa que já fazim alguns naquele tempo. E nessas reuniões de
culto cristão os fieis são animados até que vem o Dia.
A herança espiritual no céu era avidamente esperada a ponto
de relativizar o valor dos bens terrenos. (cf. v. 34)
A paz deve ser procurada. (Hb 12, 14) Os dirigentes ou pastores
devem ser lembrados. Suas vidas servirão de exemplo, assim com sua fé. (Hb 13, 7)
Assim, as doutrinas ecléticas e estranhas devem ser evitadas,
não devem entrar no meio da Igreja, não devem os cristãos deixar-se extraviar.
(Hb 13, 9) Os sacrifícios agradáveis a Deus são a beneficência e a comunhão.
(Hb 13, 16)
A obediência aos ministros é parte da exortação cristã. (v.
17) Esses são os que velam pelas almas dos fieis.
O autor do livro sagrado pede oração, para ele e seus
colaboradores (vv. 18-19), cita Timóteo (v. 23) e pede a saudação aos
dirigentes e a todos os santos (v. 24) O livro pode ter sido escrito de Roma.
Por tudo o que foi dito, os que recebem o livro são os
cristãos, os santos, aqueles que estão sob autoridade de dirigentes que estão
na mesma linha de sucessão e em perfeita comunhão de fé com os apóstolos e com
Jesus Cristo, o iniciador da fé.
Doutrinas espúrias e estranhas não encontram lugar na Igreja,
nem em sentido de tolerância. Os que deixam de participar das assembleias não
são tolerados em sua atitude. Essas e outras características dos cristãos
somam-se à verdade da única casa de Deus, que é a Igreja, ainda, também, em sua
acepção visível, que é anunciada no livro de Hebreus.
Com tudo isso, a Igreja não tem seu exemplo nos que deixaram
a comunidade (Hb 10,25), nem nos que pregam doutrinas ecléticas e estranhas (Hb
13, 9), mas deve ser buscada entre os que estão com o autor da carta, com Timóteo, colaborador de Paulo,
com os dirigentes a eles unidos, com todos os cristãos em toda parte, como
aqueles que estão em Roma, na Itália (v. 24). Não há lugar para divisões na
Igreja, e os cristão identificados acima identificam Igreja verdadeira no livro
dos Hebreus.
Leia mais sobre a série Identificando a Igreja: aqui.
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Gledson Meireles.